23.9.05

Um barco à deriva

Ontem durante o jantar recebemos um telefonema com uma notícia insólita: o barco tinha se soltado e estava à deriva. Havia o perigo dele ser levado pela correnteza até a barragem próxima. Seria terrível se isto acontecesse pois o dono do barco seria responsável pelos prejuízos que por certo ocorreriam.

Quis sair imediatamente. Eram quase 19 horas, estávamos começando o jantar. Maurício disse que era melhor terminar o jantar porque necessitaríamos de energia para este trabalho.

E lá fomos nós em direção ao Caminho Ste. Catherinne para chegar ao Rio Magog, local onde o barco estava atracado.

Após duas horas de busca finalmente encontramos o barco encalhado em meio às plantas aquáticas. E bem longe da barragem!

Este episódio fez-me reportar a certas pessoas que conhecemos que parecem não ter rumos na vida. Vivem à deriva, não têm sonhos, não têm projetos e por isso mesmo são levadas por todo tipo de vento. Tais pessoas às vezes vão tombar numa espécie de barragem e então se dão conta que o preço de uma vida produtiva e feliz é alto. Algumas vão sair de lá refeitas; outras permanecerão atracadas à idéia de que lutar não vale a pena.

A vida não é simples. Não é um conto de fadas onde tudo é perfeito e previsível. Todo o tempo nos deparamos com dificuldades e com situações onde somos obrigados a oferecer diferentes respostas.

Quando somos capazes de lidar com situações das mais diferentes possíveis e ainda assim guardar o equilíbrio para digerí-las, chegamos ao que se chama maturidade.

Efeitos do Katrina
Ao que tudo indica o barco desatracou por causa dos ventos do Katrina que chegaram aqui na região há duas semanas.

Novos furacões
Este ano tem sido notável o grande número e força dos furacões que têm atingido o planeta. ao que tudo indica, consequência do aquecimento global. Vejamos um trecho da Revista Ciência Hoje:

Aquecimento aumentou intensidade de furacões
16/09/2005 Furacões intensos como o Katrina, que destruiu Nova Orleans (EUA) no fim de agosto, tendem a ser cada vez mais freqüentes no futuro em todo o globo. A conclusão é de um estudo norte-americano que analisou as características de todos os furacões ocorridos nos últimos 35 anos. Os cientistas constataram que, embora o número absoluto de ocorrências tenha diminuído entre 1970 e 2004, é cada vez maior a freqüência de furacões das categorias 4 e 5 – os mais intensos, com ventos de mais de 200 km/h. O estudo, publicado nesta sexta na revista Science, atribui em parte o fenômeno ao aumento das temperaturas da superfície do mar no mesmo período. No entanto, os pesquisadores são cautelosos ao associar o aumento da intensidade dos furacões ao aquecimento global devido à ação humana – segundo eles, são necessárias estatísticas sobre um período mais amplo para que se possa estabelecer essa relação.

2 comentários:

Anônimo disse...

Elyene
Gostei muito da sua história e de seus comentários a respeito de como levamos a nossa vida. Sim, vivemos de sonhos, eles nos alimentam e nos levam para frente. Navegamos nas águas da vida e cada amigo que encontramos é um porto seguro no meio do caminho.
Olhar em frente e tocar o 'barco' para copnquistarmos momentos melhores.

Anônimo disse...

Oi Elyene, é assim que se deve levar a vida. O barco estava encalhado em vegetações, nós não devemos ser outro a encalhar.
Abraços
Ismael Cirilo