31.12.05

Vamos patinar?

No último dia de dezembro fomos fazer uma iniciação de patins com os nossos amigos Wal e Paulo. No ano passado, patinei duas vezes, na primeira vez por uns cinco minutos e na segunda vez por duas horas com meu amigo Anderson.


Hoje retornei. É um novo começo. Os patins precisam estar bem apertados para o pé não dobrar. As meias bem grossas, duas de preferência. E lá fomos nós. No início o medo de cair nos deixa paralisados, mas depois ganhamos confiança e descobrimos o prazer de deslizar no gelo.

Uma constatação importante: patinagem artística é relmente difícilimo. Parabéns a todos os artistas que conseguem a tremenda façanha de dançar com graça e beleza em cima de um patins.




Onda de frio na Europa
Ao ver as notícias sobre a onda de frio na Europa é que vemos como o Canadá e os demais países nórdicos estão preparados para temperaturas como -30 ou -40. Na Polônia cerca de 22 pessoas morreram por causa do frio. Na França, os turistas estão decepcionados. Neve, ruas escorregadias pour causa do gelo que se forma. As pessoas reaprendem a andar. Tudo o que já aprendi a fazer aqui no Canadá.

Refugiados econômicos
Parece que este século 21 é um século de refugiados. Temos os vários refugiados políticos e agora os meios de comunicação começam a utilizar o termo refugiados econômicos. Sinal dos tempos de globalização.

Outro termo que ao que tudo indica também será utilizado é refugiados climáticos. Ao que parece o primeiro país do mundo que poderá pedir refúgio em razão das mudanças climáticas é o Tuvalu. Tuvalu, uma pequena ilha no Pacífico Sul, pode perder grande parte da sua costa por causa do aquecimento do planeta. A população costeira poderá ser obrigada a refugiar-se em outros países.

Léon Bossé
Um homem notável. Um quebquence que perdeu a audição com a idade de 25 anos. Com sua tenacidade e força conseguiu que a rede telefônica criasse um serviço para os surdos usarem o telefone. Lutou também para que este serviço chegasse à província de Ontário. Um exemplo de determinação e trabalho para nos inspirarmos em 2006.

30.12.05

Natal no país do gelo




O Natal este ano foi maravilhoso. Fizemos um jantar com os amigos Wal e Paulo e a linda Mel no dia 24 de dezembro. Depois fomos à Missa de Natal na Catedral. Foi maravilhosa, uma missa cantada. Mesmo o padre rezava a missa como um canto gregoriano.

No dia 25, domingo, Marie-Andrée preparou um almoço especial de Natal. Depois tivemos uma troca de presentes artesanais e muitas surpresas com a brincadeira que Mauricio inventou. Paulo e Donald foram os últimos a concorrer pelos presentes. Teve muita chocolate e muitos presentes criativos e bonitos.

Feliz 2006

Quero deixar aqui registrado o meu desejo que todos meus amigos tenham um Ano Novo de muita paz, muita saúde, amor e novas realizações!

22.12.05

Feliz Natal!

Hoje o Natal se aproxima. Mas o que é o Natal? Qual o significado do Natal para você? Bom, para mim o Natal é o anúncio da mensagem de amor de Deus a todos os seus filhos. Ele se fez homem e nasceu num local simples e humilde. Ele nasceu e viveu como um de nós.

Ao mesmo tempo, a mensagem do Natal é também a mensagem de paz e harmonia entre todos. Se o Altíssimo se fez igual a nós, sem olhar nossas diferenças, nós também podemos fazer o mesmo em relação aos outros. Podemos amar os nossos irmãos independente das suas crenças, ideologias, etc.

Ah, se o mundo se voltasse um pouco para esta mensagem singela! Teríamos enfim a paz!

Desejo de coração a todos que a mensagem do Natal ilumine as suas vidas e que esta luz permaneça por todo o Ano Novo que se inicia.

Feliz Natal!

Hoje tem festa!

Hoje é a festa do CRIE, a comissão organizadora nos solicitou uma foto de infância, entre 3 e 10 anos. Infelizmente não consegui enviar a foto a tempo, mesmo porque pedi ao meu irmão Daniel para me enviar mas ele não enviou ainda.

A verdade é que nossos pais nçao tinha esta idéia de tirar fotos a todo o momento e nem dinheiro também. E eu que adoro fazer fotos! Bom, não tem problema, participarei da brincadeira de tentar adivinhar quem é quem nas fotos.

Penso que se tiver um filho, farei fotos de cada segundo da sua vida. Mas também com a tecnologia que temos hoje, não será nada difícil.

Também vamos fazer uma troca de presentes com o tema "Gourmet", ou seja, alguma coisa de comer. Levo chocolate. Em minha opinião, a mairira levará chocolates também.

Será uma festa com a participação de 23 pessoas, entre estudantes, professores e profissionais. A festa será no Centro de Boliche de Fleurimont. Além do boliche, tem mesas de bilhar e teremos um coquetel.

21.12.05

Boxing day


The Reminder!

It is Boxing Day in Canada on Monday December 26th.

Olha só a mensagem que recebi do serviço The Reminder! Wow, bien sûr que je ne manquerai pas le Boxing day!

Contos & Cultos

O Contos & Cultos esteve fora do ar por problemas técnicos. Agora, de volta, nos traz belas e deliciosas leituras.

16.12.05

O frio, a neve, o calor e a cultura

Em semanas come esta onde as temperaturas estiveram numa média de -20 graus é que se sente o verdadeiro efeito do frio. É meu segundo inverno aqui em Sherbrooke, e confesso, cada inverno é necessário uma nova adaptação. No primeiro dia que fez -20 por exemplo, quando coloquei os pés fora de casa respirei fundo e meu nariz congelou, acho que as vias respiraórias também. O caso é que para se respirar num dia frio como este precisa alternar a respiração boca nariz para não se sentir o impacto do frio nas vias respiratórias. Quando o nariz congela a melhor forma de voltar a aquecê-lo é tampá-lo com as mãos.

Nestes dias gelados a neve não cai, as vezes têm muito vento e umidade o que torna a sensação térmica ainda mais fria. Sorte nossa que nestes dias o vento esteve amigável e a taxa da umidade do ar também. Hoje uma mudança de temperatura, estamos em cerca de -7 graus e uma tempestade de neve com vento. O vento provoca um fênomeno que é chamado de "poudrérie", uma espécie de poeira de neve. É bonito de ver.

Sai de casa com a tempestade de neve. Na Radio Canadá já avisava para os motoristas terem cautela nas estradas. Achei a visibilidade do ar muito boa, mas creio que será bem difícil qualquer pessoa viajar durante a noite.

Esta neve linda e branca, o frio intenso, mas tudo isso não faz o canadense ficar frio e esquecer que estamos em pleno tempo de festas, tempo de confretarnização com família e amigos. Sentimos um calor humano entre as pessoas e isto é muito bom.

Tem uns aspectos culturais dos quais me questiono. Por exemplo, o fato das crianças aqui acreditarem em Papai Noel e esta ilusão ser alimentada pelos pais e mesmo pelos irmãos mais velhos. Lembro-me que para mim o Papai Noel sempre foi um personagem, jamais alguém que existisse. Outro dia uma colega disse que sua filha de 10 anos ainda acredita em Papai Noel. Achei estranho como uma criança em pleno século 21 e com toda o poder de informação da internet ainda acredite em Papai Noel e escreva cartas e pedidos no tempo de Natal. Penso que a criança deixa-se enganar pois sabe que vai ganhar presentes.

De toda forma, fiquei com uma inquietação e ainda não tive coragem de indagar a esta colega se por acaso sua filha acredita em Deus. Sei que a comparação parece estranha mas, numa sociedade que alimenta a ilusão de um homem que fabrica presentes e dá para as crianças de todo o mundo durante o Natal mas não acredita em Deus. Desculpem, para mim existe algo errado.

Festa de encerramento do curso de francês
O curso de francês escrito terminou. No dia 14 tivemos uma festa de encerramento no local reservado para os estudantes da Faculdade de Letras. Foi uma festa multicultural. Cada um levou um prato típico do seu país e confraterzamos com brincadeiras e trocas de presentes.

Alguns pratos típicos que degustamos:vatapá : Brasil, e levado por mim, evidentement. Todos amaram e queriam saber como se faz; suchi, simplesmente deliciosos; guacamole, tartière, escabeche de frango e muitas outros, como saladas, empanadas, um doce de leite ao forno, meu suflê de goiaba, etc.

15.12.05

sobre uma aventura no frio e o desejo de imigrantes

Eu fiquei perdida no frio somente para comprar goiabada. É verdade, e ainda por cima encontrei uma goiabada que veio dos Estados Unidos, importada da República Dominicana. Bom, por lá devem haver boa bananas porque a goiabada tem gosto de goiabada.

Mas é isso. Foi uma grande aventura. Peguei o ônibus 8 que sai da Universidade de Sherbrooke, via Centre Ville, em busca do endereço 980, rue Galt Ouest. Queria encontrar a Épicerie Izalco, uma loja especializada em produtos importados. Até já passei diante desta loja várias vezes, mas o meu problema é o meu terrível senso de localização. Então fiquei a olhar a numeração pois sabia que ela estava em sentido descendente na direção do centro da cidade. Mas não sei lá por qual motivo, resolvi pedir a parada do ônibus quando estávamos no número 1400 e qualquer coisa.

Foi o fim! O caso é que estava a milhas distante da tal loja e, pior, o ônibus entra numa bifurcação e pára numa outra rua, a Mcmanamy. Fiquei andando para lá e para c;a quando me dei conta do fato. Resolvi voltar à Galt Ouest para me localizar. Rezava para aparecer alguém na rua que pudesse me dar a informação correta, e nada. Finalmente encontrei um rapaz todo empacotado (com matôs, toca, luva, eu também estava do mesmo jeito) e ainda com fones no ouvido. Tive que me aproximar muito para que ele me escutasse e fiquei com aquela sensação estranha: Será que ele vai pensar que vou atacá-lo ou qualquer coisa parecida? Mas correu tudo bem. O problema é qu o rapaz me deu a direção errada. Fui parar numa loja de produtos asíaticos, ainda entrei pois em geral encontra-se produtos de várias partes do mundo nestas lojas.

Tinha uma goibada lá sim, mas era suco e estava vencida. Quando entrei na loja havia um jovem africano um tanto antipático, achei. Ele não foi muito agradável com a atendente da loja. Desagradável mesmo e ela, meu Deus, ela foi paciente e hipereducada. Não sei se faria o mesmo. Bom, mas respirei fundo e resolvi perguntar-lhe se ele conhecia a tal loja Izalco. Ele conhecia sim, e foi simpático comigo a sua maneira. Pegamos o ônibus 8 e depois de andar uns dez minutos, chegamos à loja Izalco. Ele entrou na loja, falou com o proprietário e saiu sem me dar tempo de dizer-lhe, obrigada!

Estava tão congelada que acho que nem conseguia pensar direito. Mas enfim, comprei a goiabada e ainda encontrei polpa de maracujá.

É preciso dizer que toda esta aventura foi movida pelo desejo de encontrar produtos da terra brasilis, mas foi também pelo objetivo da fazer uma sobremesa para a festa do final do curso de francês e para o almoço entre colegas na quinta. E o pior, é que a tal receita com a goiabada era um suflê, que virou um doce comum, porque o suflê, coisa que eu não sabia, é algo para se tirar do forno e servir.

É isso. Mas levei o doce de goiaba para a festa do curso de francês e foi muito apreciado. Um detalhe importante, confesso, comprei farinha de mandioca que veios dos Camarões e é terrível, nem de longe se parece com a nossa farinha. Parece farinha de trigo de tão suave. Horrível, paguei quase 8 dólares e vou usar para fazer cola.

Disse uma vez a minha amiga Wal que desejo de imigrante parece desejo de grávida. No Brasil eu nem me interessava por comer farinha, aimpim, caruru, vatapá, feijoada, mas aqui tenho saudades de tudo e corro todos os cantos para encontrá-los. Agora já encomendei a farinha de mandioca brasileira em duas lojas de produtos importados. Vamos ver se vai chegar realmente.

13.12.05

frodo, neo e platão

Um artigo muito interessante do Nemo Nox sobre duas trilogias de grande sucesso da atualidade com relação as idéias de Platão.

Segundo Nemo, se você pensa em criar uma nova trilogia de grande sucesso, leia Platão.

Bom dia gelado!

Pois é, os dias já começaram a a ficar gelados por aqui. A vezes olho a paisagem e me pergunto se estou vivendo no pólo norte ou em algum paraíso perdido do Artico. O caso é que o frio não é brincadeira. É necessário estar bem preparada ou bem preparado para enfrentá-lo. A tecnologia que temos aqui no Canadá nos oferece uma vida confortável apesar do frio. Temos bons mantôs, bom aquecimento nas casas, universidades, escolas, estabelecimentos comerciais e nos veículos. tudo em conformidade com a realidade do frio.

Olho a paisagem de inverno e me surpreendo com a minha rápida adaptação. O frio é terrível, mas sobrevive-se. Em alguns momentos quando olho o mapa da província de Nunavik, a província dos Inuites, chego a me perguntar o que fazem estas pessoas numa região tão gelada? A resposta é simples, onde nos sentimos mais confortáveis? Em nossa casa, é claro. Pois, um país ou uma região é como nossa casa, e é lá que construímos nossa identidade, nossos sonhos.

A melhor explicação para se sentir bem em um local é realmente vê-lo como nossa casa. Fiz várias viagens pelo Québec mas sempre que retorno à Sherbrooke, tenho a maravilhosa sensação de que retorno à minha casa.

É isso, apesar dos dias gelados que teremos pela frente, sinto-me em casa. Estou bem.

2.12.05

Eu em letras

Eu sou das letras, amo as letras em cores em formas, grandes pequenas, bem talhadas, esquivas, superpostas. Enfim, amo-as de qualquer forma e vivo a procurá-las, digeri-las, por toda a parte.

Bom, isso é mesmo verdade, lembro que na minha infância eu me divertia ao tentar ler todos os nomes de lojas, propagandas, tudo que contivesse letras pelo caminho. E númeoros também, devo confessar! Gosto de números. Sempre me distraia a calcular quantas fileiras de azulejo havia nas paredes. A calcular a forma geométrica dos pisos e passarelas. Era pura diversão!

Agora estou aqui a lidar com letras e números também! Porque fazer pesquisa exige um bom conhecimento das letras mas também exige lidar com números, estatísticas e testes de validação.

Mas as letras, ah, as letras são realmente o grande amor da minha vida. É por isso que me transformo em letras no meu dia a dia.