12.7.05

Morangos, pesca e o mundo em pedaços



Na última sexta-feira, exatamente dia 8 de julho, fomos colher morangos. Para mim, uma experiência completamente nova, sem igual. Talvez para brasileiros do sul seja uma coisa corriqueira colher morangos no quintal, eu venho da região nordeste, mas especificamente do sertão da Bahia. Na minha terra é comum nos dias atuais, a colheita de acerola. No passado já tivemos bananeiras, laranjeiras, cana-de-açúcar, em nosso quintal. Acho que tivemos cajueiro também. Era comum nos fins de tarde nos reunirmos no quintal para torrar as castanhas, jogar palha de cana-de-açúcar para esfriar rapidamente a castanha, e comer, ali mesmo no quintal.

Vivo aqui no Québec a experiência da auto-colheita, algo completamente inédito. Jamais vi algo assim no Brasil, pode até existir, mas penso que não funcionaria tão bem quanto funciona aqui no Québec.


As fazendas abrem suas portas para as pessoas fazerem a colheita de frutas e legumes. Podemos ver famílias inteiras, avós, crianças, adolescentes, adultos. Uma maravilha. Colhemos e depois pagamos a nossa colheita a um preço especial. Nós colhemos 20 libras de morangos, perto de 10 quilos, pagamos 22 dólares com um creme de leite a 35% que se parece um pouco com o nosso creme de leite.

Durante esta semana fomos passear de barco e pescar. Eu que nunca havia pescado em minha vida, tenho me saído uma boa pescadora. É encantador pescar em barco que corre o rio. É encatador ver o sol se pôr perto das 2oh30min. É encantador escutar os pássaros que anunciam o pôr dos sol. É encantador ver os últimos raios de sol se refletindo nas águas do rio, com um brilho e luminosidade de ofuscar a nossa visão. É encantador ver a lua que surge pequenina, sem brilho, quase sem cor, diante da profusão de cores a sua volta; o azul do céu, as águas que refletem o seu brilho, a luz do sol.

Dias de pescaria são assim. Dias para viver próximo do mundo e da natureza.

(Vou ficar devendo as fotos, envio depois).

Sobre Londres

No mesmo dia 8 de julho, não tão longe daqui, uma cidade se via atacada por bombas. Metrô, ônibus, gente, corpos de todas as idades e de várias etnias se viam assaltados pelo horror de bombas que explodiam e que não deixavam tempo para pensar em outra coisa senão, "como poderei me salvar?". Este imperativo crescente que é próprio do ser humano de preservar a sua própria vida em situações de risco não o impede de fazer coisas terríveis como guerras e atentados.

Eu não consigo entender e não consigo encontrar palavras para explicar algo tão horrendo como a guerra.

3 comentários:

Anônimo disse...

Elyene.
É incrível como você consegue nos transportar para bem perto de você quando conta suas aventuras no Canadá. Me senti colhendo morangos também. Parabéns por tudo. Se vc se lembra no meu 1º comentário no seu blog dizia da satisfação que tenho em ver (uma brasileira) vencendo fora de nosso país. PARABÉNS.
Quanto a Londres, realmente não há motivo para que o ser humano seja tão detestável como é. Nada justifica guerra alguma...nem Deus, como muitos se embasam para matar.

Elyene disse...

Oi Alexandre! Se eu consigo levar até você a sensação real de minhas vivências, maravilha! Realmente é o meu objetivo compartilhar meus sentimentos, alegrias...bjs

Anônimo disse...

Cara Elyene,

Os melhores morangos foram os que não pagou, comendo-os no campo, não é? Confesse!

Agora, logo as geléias, pois os morangos não se guardam longo tempo, mesmo dentro da geladeira, enquanto você poderia trazer geléias até Feira de Santana em qualquer momento.

Aproveite bem.

Um abraço.

Alain Brabant