10.6.05

Venda de Garagem



Vocês já foram a uma venda de garagem? Creio eu, que esta é um tipo de venda quase institucionalizada no Québec. Esta aí foi no dia 21 de maio. Nestes dias comprei um lindo cachorrinho de pelúcia para fazer de conta que é o meu lindo cachorrinho, o Brad, que ficou lá no Brasil.

Para se realizar uma venda de garagem em Sherbrooke, você precisa pagar uma autorização à prefeitura, assim também como para alugar quartos em casa, mais outra instituição que temos do Québec.

Em Sherbooke é muito comum as pessoas alugarem quartos (chambres) para estudantes. Acho que o mesmo se dá Montréal. Em Québec vi várias placas anunciando: "Chambres à louer". Um amigo me disse que ele jamais saiu do Québec mas já conhece um pouco da cultura africana e brasileira. Ele tem pessoas do Brasil e de países africanos em sua casa. Como a maior parte das casas aqui tem dois andares (estaágios), os locatários habitam num dos estágios da casa e em geral a casa é mobiliada com tudo o que se precisa. O contato com os proprietários as vezes se dá somente no dia do pagamento ou por uma necessidade mais urgente. Mas depende do locador e do locatário também.

O último final de semana foi a grande venda de garagem aqui de Sherbrooke. Visitamos algumas somente no domingo porque passamos o sábado em Montréal. O meu namorado comprou uma escada para seu barco por apenas 4 dólares. Eu comprei quebra-cabeças com paisagens do Québec, por 1 dólar cada.

Acho que o que existe mais próximo no Brasil é a nossa venda de cacarecos. Mas nada igual ao que se vê aqui no Québec. As pessoas aqui vendem computadores, geladeiras, fogões, aparelhos de som, televisores, motos, móveis de todos os tipos, roupas, objetos de cozinha e decoração, brinquedos, livros e tudo, tudo que você possa imaginar. É uma boa ocasião para estudantes que alugam apartamentos conseguir comprar móveis e objetos a um bom preço.

Outra coisa, às vezes você anda pelas ruas e simplesmente encontra móveis, televisores e outrso objetos com a plac: "à donner". Você simplesmente pode levar, nem precisa avisar o dono da casa.

Uma outra coisa que acho interessante é que às vezes as pessoas resolvem vender algum móvel e o colocam na frente da casa com a indicação de que está vendendo. Passam dias e dias e o móvel fica por lá e não aocntece nada. Ninguém leva.

Coisas do Québec. Ninguém imaginaria tal coisa no Brasil, eu penso.

5 comentários:

Claudio Costa disse...

Além do pitoresco de se venderem as coisas desnecessárias em pequenos brechós particulares, lembrei-me da palavra "venda". Reminiscência da minha infância, quando meu avô possuía uma "venda", na qual se vendiam mantimentos ( feijão, arroz, fubá - sempre a granel, retirados de sacos de 60kg) além de querosene para lamparina (sim, usava-se isso, naquele tempo e naquela pequena cidade do interior de Minas). O cheiro do rolo de fumo rescendia no ambiente, principalmente quando algum freguês pedia "50 gramas" de fumo. Ah! nem o tempo apaga lembranças tão venturosas...

Elyene disse...

Meu avô também tinha uma pequena loja no antigo Mercado Municipal e que se parece muito com a descrição que você faz da "venda". Em nossa vizinhaça em Feira de Santana ainda sobrevivem "vendas" como a que você descreveu.
O Mercado Municipal de Feira de Santana transformou-se num Mercado de Arte.

Anônimo disse...

Olá Elyene,
Nossa, estas vendas de garagem devem ser bastante interessantes! Cada coisa que se deve encontrar... Tem muita coisa antiga?
Pena que aqui no Brasil não encontramos respeito como se tem lá fora! Aqui não se pode imaginar deixar uma caneta na frente da porta, o que dirá um móvel.
Ontem foi o dia dos namorados aqui no Brasil. Você lembrou de comemorar aí com o seu namorado?
Beijo.

Anônimo disse...

A expressão "vente de garage" é um empréstimo relativamente recente do inglês traduzido para o francês pelo que chamávamos outrora "vente de débarras", esta expressão descrevendo melhor a realidade. Com efeito, sempre se trata de se livrar de coisas demasiadas, portanto que embaraçam ("embarrassent").

Mas nem todos conhecem o valor do que vendem e, às vezes, vendem antiguidades que lhes pareceram simples velharias.

Conheço um amigo que faz comércio disso, indo de venda de garagem em venda de garagem, fingindo desconhecer o valor para comprar mais barato e que depois revende por preços de ouro. Pelo menos aqui, em Montreal, há vários tais peritos.

A satisfação procurada pelo vendedor numa venda de garagem não é se enriquecer como sim o prazer, além de se desembaraçar de coisas por ele julgadas então inúteis, de encontrar vizinhos e demais pessoas com que negociar alegremente o preço de qualquer coisinha numa boa jornada dessas sob um sol radiante.

Já vi por acaso uma venda de garagem coletiva em Pont-Rouge, uma aldeia da região de Portneuf, perto da cidade de Quebec, que num bom domingo ensolarado desses, constituía uma verdadeira festa de toda a aldeia. Havia então todas as espécies de coisas, por entre as quais uma brasileira achou diversas lembranças para trazer consigo ao voltar a São Paulo.

A "caipirada" apresenta assim muitas surpresas.

Um abraço.

Alain Brabant

Elyene disse...

Oi Alain, vc sempre nos traz informações preciosas. E como a Tereza perguntou, tem coisas antigas, sim, móveis belíssimos, peças de decoração que um observador mais atento vai descobrir o valor. eu sempre procuro pequenas lembranças para levar para minha família.

Tereza, lembrei do Dia dos Namorados, sim. Ainda vou contar :)