18.8.05

Brasil, Brasil!

É, o Brasil continua daquele jeito. CPIs, Mensalão e agora uma discussão sobre um aumento do salário mínimo que não aumentou.

Um pouco de humor do Tutty Vasques,:

"Era só o que faltava
Lula ganhou uma, enfim: derrubou o aumento do salário mínimo na Câmara dos Deputados Essas coisas a oposição não vê. Ô, raça!"

2 comentários:

Elyene disse...

Queridos, já os considero meus amigos e também estou ansiosa pela chegada de vcs a Sherbrooke. Um grande beijo!

Anônimo disse...

Cara Elyene,

Simpatizo com sua aflição pelo escândalo político vigente no Brasil. Repito-lhe de não se desanimar, pelo contrário.

Já lhe mandei a crônica de François Brousseau no jornal Le Devoir. Ele percebe a realidade brasileira de longe, bem como aliás eu.

Para realizarem reformas idealistas de modo democrático, o PT e Lula tinham necessariamente que empregar o caminho podre dos usos eleitorais, por entre os quais o caixa dois, pois precisa-se de muito dinheiro para vencer uma eleição.

Eles conheciam o sistema tradicional. Se não o seguissem, não podiam iniciar reforma alguma por não serem eleitos. Assim é também de um certo "conservantismo" financeiro.

Um ponto importante me parece as manobras criarem escândalo, pois acreditava-se em Lula como num messias que conseguiria tudo sem os apoios indispensáveis e sem se sujar as mãos. Se fosse dez anos atrás, todos ficariam cínicos e encolheriam os ombros num sinal de resignação.

Agora o escândalo não decorre dos atos como sim da consciência que se desenvolveu, do progresso de uma certa classe política nova. Lula venceu pelo apoio de vastos movimentos populares idealistas.

Eis aqui uma oportunidade única para se procurar e conseguir uma reforma importante dos usos eleitorais.

A subida do PT e de Lula sempre me fizeram pensar no crescimento do Parti québécois daqui. Assim que o Parti québécois venceu uma eleição, em 1976, houve uma reforma importante e de vanguarda do sistema eleitoral. Uma lei que o primeiro ministro de então qualificou da mais importante do seu governo foi a lei sobre o financiamento dos partidos políticos destinada a fazer os caixas dois ocultos desaparecerem.

Os partidos desde então estão financiados por indivíduos com limites à contribuição e o financiamento por empresas e pessoas jurídicas é proibido. Cada contribuição de mais de 100 dólares é publicada.

O governo federal do Canadá adotou há pouco tempo um regime semelhante.

Nada é perfeito, como o demonstra nosso escândalo federal das "commandites", mas foi um progresso no caminho de tirar os governos do domínio de algumas grandes empresas.

Se as forças progressistas do Brasil aproveitarem o escândalo para impuserem uma grande reforma, será um grande passo para o progresso político, econômico e social do Brasil.

Morangos crescem através do estrume.

Confiança!

Um abraço.

Alain Brabant