31.12.05

Vamos patinar?

No último dia de dezembro fomos fazer uma iniciação de patins com os nossos amigos Wal e Paulo. No ano passado, patinei duas vezes, na primeira vez por uns cinco minutos e na segunda vez por duas horas com meu amigo Anderson.


Hoje retornei. É um novo começo. Os patins precisam estar bem apertados para o pé não dobrar. As meias bem grossas, duas de preferência. E lá fomos nós. No início o medo de cair nos deixa paralisados, mas depois ganhamos confiança e descobrimos o prazer de deslizar no gelo.

Uma constatação importante: patinagem artística é relmente difícilimo. Parabéns a todos os artistas que conseguem a tremenda façanha de dançar com graça e beleza em cima de um patins.




Onda de frio na Europa
Ao ver as notícias sobre a onda de frio na Europa é que vemos como o Canadá e os demais países nórdicos estão preparados para temperaturas como -30 ou -40. Na Polônia cerca de 22 pessoas morreram por causa do frio. Na França, os turistas estão decepcionados. Neve, ruas escorregadias pour causa do gelo que se forma. As pessoas reaprendem a andar. Tudo o que já aprendi a fazer aqui no Canadá.

Refugiados econômicos
Parece que este século 21 é um século de refugiados. Temos os vários refugiados políticos e agora os meios de comunicação começam a utilizar o termo refugiados econômicos. Sinal dos tempos de globalização.

Outro termo que ao que tudo indica também será utilizado é refugiados climáticos. Ao que parece o primeiro país do mundo que poderá pedir refúgio em razão das mudanças climáticas é o Tuvalu. Tuvalu, uma pequena ilha no Pacífico Sul, pode perder grande parte da sua costa por causa do aquecimento do planeta. A população costeira poderá ser obrigada a refugiar-se em outros países.

Léon Bossé
Um homem notável. Um quebquence que perdeu a audição com a idade de 25 anos. Com sua tenacidade e força conseguiu que a rede telefônica criasse um serviço para os surdos usarem o telefone. Lutou também para que este serviço chegasse à província de Ontário. Um exemplo de determinação e trabalho para nos inspirarmos em 2006.

30.12.05

Natal no país do gelo




O Natal este ano foi maravilhoso. Fizemos um jantar com os amigos Wal e Paulo e a linda Mel no dia 24 de dezembro. Depois fomos à Missa de Natal na Catedral. Foi maravilhosa, uma missa cantada. Mesmo o padre rezava a missa como um canto gregoriano.

No dia 25, domingo, Marie-Andrée preparou um almoço especial de Natal. Depois tivemos uma troca de presentes artesanais e muitas surpresas com a brincadeira que Mauricio inventou. Paulo e Donald foram os últimos a concorrer pelos presentes. Teve muita chocolate e muitos presentes criativos e bonitos.

Feliz 2006

Quero deixar aqui registrado o meu desejo que todos meus amigos tenham um Ano Novo de muita paz, muita saúde, amor e novas realizações!

22.12.05

Feliz Natal!

Hoje o Natal se aproxima. Mas o que é o Natal? Qual o significado do Natal para você? Bom, para mim o Natal é o anúncio da mensagem de amor de Deus a todos os seus filhos. Ele se fez homem e nasceu num local simples e humilde. Ele nasceu e viveu como um de nós.

Ao mesmo tempo, a mensagem do Natal é também a mensagem de paz e harmonia entre todos. Se o Altíssimo se fez igual a nós, sem olhar nossas diferenças, nós também podemos fazer o mesmo em relação aos outros. Podemos amar os nossos irmãos independente das suas crenças, ideologias, etc.

Ah, se o mundo se voltasse um pouco para esta mensagem singela! Teríamos enfim a paz!

Desejo de coração a todos que a mensagem do Natal ilumine as suas vidas e que esta luz permaneça por todo o Ano Novo que se inicia.

Feliz Natal!

Hoje tem festa!

Hoje é a festa do CRIE, a comissão organizadora nos solicitou uma foto de infância, entre 3 e 10 anos. Infelizmente não consegui enviar a foto a tempo, mesmo porque pedi ao meu irmão Daniel para me enviar mas ele não enviou ainda.

A verdade é que nossos pais nçao tinha esta idéia de tirar fotos a todo o momento e nem dinheiro também. E eu que adoro fazer fotos! Bom, não tem problema, participarei da brincadeira de tentar adivinhar quem é quem nas fotos.

Penso que se tiver um filho, farei fotos de cada segundo da sua vida. Mas também com a tecnologia que temos hoje, não será nada difícil.

Também vamos fazer uma troca de presentes com o tema "Gourmet", ou seja, alguma coisa de comer. Levo chocolate. Em minha opinião, a mairira levará chocolates também.

Será uma festa com a participação de 23 pessoas, entre estudantes, professores e profissionais. A festa será no Centro de Boliche de Fleurimont. Além do boliche, tem mesas de bilhar e teremos um coquetel.

21.12.05

Boxing day


The Reminder!

It is Boxing Day in Canada on Monday December 26th.

Olha só a mensagem que recebi do serviço The Reminder! Wow, bien sûr que je ne manquerai pas le Boxing day!

Contos & Cultos

O Contos & Cultos esteve fora do ar por problemas técnicos. Agora, de volta, nos traz belas e deliciosas leituras.

16.12.05

O frio, a neve, o calor e a cultura

Em semanas come esta onde as temperaturas estiveram numa média de -20 graus é que se sente o verdadeiro efeito do frio. É meu segundo inverno aqui em Sherbrooke, e confesso, cada inverno é necessário uma nova adaptação. No primeiro dia que fez -20 por exemplo, quando coloquei os pés fora de casa respirei fundo e meu nariz congelou, acho que as vias respiraórias também. O caso é que para se respirar num dia frio como este precisa alternar a respiração boca nariz para não se sentir o impacto do frio nas vias respiratórias. Quando o nariz congela a melhor forma de voltar a aquecê-lo é tampá-lo com as mãos.

Nestes dias gelados a neve não cai, as vezes têm muito vento e umidade o que torna a sensação térmica ainda mais fria. Sorte nossa que nestes dias o vento esteve amigável e a taxa da umidade do ar também. Hoje uma mudança de temperatura, estamos em cerca de -7 graus e uma tempestade de neve com vento. O vento provoca um fênomeno que é chamado de "poudrérie", uma espécie de poeira de neve. É bonito de ver.

Sai de casa com a tempestade de neve. Na Radio Canadá já avisava para os motoristas terem cautela nas estradas. Achei a visibilidade do ar muito boa, mas creio que será bem difícil qualquer pessoa viajar durante a noite.

Esta neve linda e branca, o frio intenso, mas tudo isso não faz o canadense ficar frio e esquecer que estamos em pleno tempo de festas, tempo de confretarnização com família e amigos. Sentimos um calor humano entre as pessoas e isto é muito bom.

Tem uns aspectos culturais dos quais me questiono. Por exemplo, o fato das crianças aqui acreditarem em Papai Noel e esta ilusão ser alimentada pelos pais e mesmo pelos irmãos mais velhos. Lembro-me que para mim o Papai Noel sempre foi um personagem, jamais alguém que existisse. Outro dia uma colega disse que sua filha de 10 anos ainda acredita em Papai Noel. Achei estranho como uma criança em pleno século 21 e com toda o poder de informação da internet ainda acredite em Papai Noel e escreva cartas e pedidos no tempo de Natal. Penso que a criança deixa-se enganar pois sabe que vai ganhar presentes.

De toda forma, fiquei com uma inquietação e ainda não tive coragem de indagar a esta colega se por acaso sua filha acredita em Deus. Sei que a comparação parece estranha mas, numa sociedade que alimenta a ilusão de um homem que fabrica presentes e dá para as crianças de todo o mundo durante o Natal mas não acredita em Deus. Desculpem, para mim existe algo errado.

Festa de encerramento do curso de francês
O curso de francês escrito terminou. No dia 14 tivemos uma festa de encerramento no local reservado para os estudantes da Faculdade de Letras. Foi uma festa multicultural. Cada um levou um prato típico do seu país e confraterzamos com brincadeiras e trocas de presentes.

Alguns pratos típicos que degustamos:vatapá : Brasil, e levado por mim, evidentement. Todos amaram e queriam saber como se faz; suchi, simplesmente deliciosos; guacamole, tartière, escabeche de frango e muitas outros, como saladas, empanadas, um doce de leite ao forno, meu suflê de goiaba, etc.

15.12.05

sobre uma aventura no frio e o desejo de imigrantes

Eu fiquei perdida no frio somente para comprar goiabada. É verdade, e ainda por cima encontrei uma goiabada que veio dos Estados Unidos, importada da República Dominicana. Bom, por lá devem haver boa bananas porque a goiabada tem gosto de goiabada.

Mas é isso. Foi uma grande aventura. Peguei o ônibus 8 que sai da Universidade de Sherbrooke, via Centre Ville, em busca do endereço 980, rue Galt Ouest. Queria encontrar a Épicerie Izalco, uma loja especializada em produtos importados. Até já passei diante desta loja várias vezes, mas o meu problema é o meu terrível senso de localização. Então fiquei a olhar a numeração pois sabia que ela estava em sentido descendente na direção do centro da cidade. Mas não sei lá por qual motivo, resolvi pedir a parada do ônibus quando estávamos no número 1400 e qualquer coisa.

Foi o fim! O caso é que estava a milhas distante da tal loja e, pior, o ônibus entra numa bifurcação e pára numa outra rua, a Mcmanamy. Fiquei andando para lá e para c;a quando me dei conta do fato. Resolvi voltar à Galt Ouest para me localizar. Rezava para aparecer alguém na rua que pudesse me dar a informação correta, e nada. Finalmente encontrei um rapaz todo empacotado (com matôs, toca, luva, eu também estava do mesmo jeito) e ainda com fones no ouvido. Tive que me aproximar muito para que ele me escutasse e fiquei com aquela sensação estranha: Será que ele vai pensar que vou atacá-lo ou qualquer coisa parecida? Mas correu tudo bem. O problema é qu o rapaz me deu a direção errada. Fui parar numa loja de produtos asíaticos, ainda entrei pois em geral encontra-se produtos de várias partes do mundo nestas lojas.

Tinha uma goibada lá sim, mas era suco e estava vencida. Quando entrei na loja havia um jovem africano um tanto antipático, achei. Ele não foi muito agradável com a atendente da loja. Desagradável mesmo e ela, meu Deus, ela foi paciente e hipereducada. Não sei se faria o mesmo. Bom, mas respirei fundo e resolvi perguntar-lhe se ele conhecia a tal loja Izalco. Ele conhecia sim, e foi simpático comigo a sua maneira. Pegamos o ônibus 8 e depois de andar uns dez minutos, chegamos à loja Izalco. Ele entrou na loja, falou com o proprietário e saiu sem me dar tempo de dizer-lhe, obrigada!

Estava tão congelada que acho que nem conseguia pensar direito. Mas enfim, comprei a goiabada e ainda encontrei polpa de maracujá.

É preciso dizer que toda esta aventura foi movida pelo desejo de encontrar produtos da terra brasilis, mas foi também pelo objetivo da fazer uma sobremesa para a festa do final do curso de francês e para o almoço entre colegas na quinta. E o pior, é que a tal receita com a goiabada era um suflê, que virou um doce comum, porque o suflê, coisa que eu não sabia, é algo para se tirar do forno e servir.

É isso. Mas levei o doce de goiaba para a festa do curso de francês e foi muito apreciado. Um detalhe importante, confesso, comprei farinha de mandioca que veios dos Camarões e é terrível, nem de longe se parece com a nossa farinha. Parece farinha de trigo de tão suave. Horrível, paguei quase 8 dólares e vou usar para fazer cola.

Disse uma vez a minha amiga Wal que desejo de imigrante parece desejo de grávida. No Brasil eu nem me interessava por comer farinha, aimpim, caruru, vatapá, feijoada, mas aqui tenho saudades de tudo e corro todos os cantos para encontrá-los. Agora já encomendei a farinha de mandioca brasileira em duas lojas de produtos importados. Vamos ver se vai chegar realmente.

13.12.05

frodo, neo e platão

Um artigo muito interessante do Nemo Nox sobre duas trilogias de grande sucesso da atualidade com relação as idéias de Platão.

Segundo Nemo, se você pensa em criar uma nova trilogia de grande sucesso, leia Platão.

Bom dia gelado!

Pois é, os dias já começaram a a ficar gelados por aqui. A vezes olho a paisagem e me pergunto se estou vivendo no pólo norte ou em algum paraíso perdido do Artico. O caso é que o frio não é brincadeira. É necessário estar bem preparada ou bem preparado para enfrentá-lo. A tecnologia que temos aqui no Canadá nos oferece uma vida confortável apesar do frio. Temos bons mantôs, bom aquecimento nas casas, universidades, escolas, estabelecimentos comerciais e nos veículos. tudo em conformidade com a realidade do frio.

Olho a paisagem de inverno e me surpreendo com a minha rápida adaptação. O frio é terrível, mas sobrevive-se. Em alguns momentos quando olho o mapa da província de Nunavik, a província dos Inuites, chego a me perguntar o que fazem estas pessoas numa região tão gelada? A resposta é simples, onde nos sentimos mais confortáveis? Em nossa casa, é claro. Pois, um país ou uma região é como nossa casa, e é lá que construímos nossa identidade, nossos sonhos.

A melhor explicação para se sentir bem em um local é realmente vê-lo como nossa casa. Fiz várias viagens pelo Québec mas sempre que retorno à Sherbrooke, tenho a maravilhosa sensação de que retorno à minha casa.

É isso, apesar dos dias gelados que teremos pela frente, sinto-me em casa. Estou bem.

2.12.05

Eu em letras

Eu sou das letras, amo as letras em cores em formas, grandes pequenas, bem talhadas, esquivas, superpostas. Enfim, amo-as de qualquer forma e vivo a procurá-las, digeri-las, por toda a parte.

Bom, isso é mesmo verdade, lembro que na minha infância eu me divertia ao tentar ler todos os nomes de lojas, propagandas, tudo que contivesse letras pelo caminho. E númeoros também, devo confessar! Gosto de números. Sempre me distraia a calcular quantas fileiras de azulejo havia nas paredes. A calcular a forma geométrica dos pisos e passarelas. Era pura diversão!

Agora estou aqui a lidar com letras e números também! Porque fazer pesquisa exige um bom conhecimento das letras mas também exige lidar com números, estatísticas e testes de validação.

Mas as letras, ah, as letras são realmente o grande amor da minha vida. É por isso que me transformo em letras no meu dia a dia.

25.11.05

Uma boa pergunta

O jovem Kleumerson fez uma questão interessante na nossa comunidade de Brasileiros em Sherbrooke:

Olá Pessoal,

Estava lendo algumas informações na internet,que falava sobre a taxa de
empregabilidade no Quebec, ou seja, a província do Quebec possuem a maior taxa de desemprego ficando em torno de 8,7%.
Porém ainda não conseguir entender porque o governo incentiva a imigração.Pois desempregados não pagam impostos para o governo, será que realmente o Canadá não possuem pessoas qualificadas para disputarem as vagas em demanda que existe no canadá ? Qual é a verdadeira face desse processo de imigração?
Kleumerson


Com algumas modificações, trago aqui a resposta que deixei na comunidade:

De maneira geral você tem razão ao colocar esta questão, Klemeurson. Realmente nós devemos questionar porque o Canadá e mais particularmente o Québec incentivam a imigração se aqui existe desemprego?

A primeira coisa a ter atenção é que a taxa de desemprego do Canada é menor que na França, por exemplo. Outra coisa é que quando se fala de desemprego aqui no Canadá, nós precisamos olhar a situação de forma bem particular. Por exemplo, uma pessoa que sai da universidade com um diploma de professor pode não achar emprego em sua cidade ou região, mas uma outra cidade ou região pode oferecer vagas de emprego e não ter trabalhasor qualificado para este mesmo domínio.

Outra coisa que é bem clara aqui e que o programa de imigração não esconde, é o problema da diminuição da taxa de natalidade. Para se ter uma idéia nos anos 1970 a taxa de natalidade era de 141 224 e em 2004 é de 74 200. Reduziu pela metade! Isto significa que há um envelhecimento da população, dentro de 20 anos a populaçãao economicamente ativa estará em grande parte aposentada e fará mais uso do sistema de saúde.

O Québec precisa de novos trabalhadores para pagarem impostos para tratar dos seus aposentados. Na verdade precisa de gente, precisa de população que vai usufruir da estrutura e organização do Estado mas que também vai pagar por isso, por meio de impostos, taxas, etc., o que é absolutamente normal e aceitável dentro do modelo de sociedade que conhecemos como civilizada. Ao que parece, ainda não existe outro modelo melhor para vivermos dentro da "polis", ou cidade.

Então vai uma questão: Se o Canadá já sofre um problema com o seu sistema previdenciário, será que ele não tem o direito de escolher os seus futuros cidadãos? Será que deve abrir as portas e deixar todos entrarem?

Ou será que o país tem o direito de selecionar bem estes futuros cidadãos? De selecionar os que têm boa formação, boa educação e que são potencialmente motivados por novos desafios?

É isso.

23.11.05

Imigrar ou não imigrar, eis a questão?




Bom, após insistentes pedidos para que eu emita a minha opinião sobre a valorosa questão "Imigrar ou não imigrar?", cá estou eu para discorrer um pouco sobre a minha humilde opinião.

No post aí em cima, eu coloquei em linhas gerais o que penso sobre o programa de imigração do Québec e analiso suas razões e motivos de incientivar a vinda de imigrantes para a província. Mas o que devemos acentuar é que as razões e motivos do Québec, ou mesmo do Canadá, não são as mesmas razões e motivos de brasileiros que decidem imigrar.



O motivo desta reflexão é porque recebo muitas mensagens de pessoas que me pedem opinião sobre a região onde moro aqui no Québec. A maioria quer saber sobre estilo de vida, hábitos e também sobre mercado de trabalho.

A convite dos amigos Wal e Paulo, nós fomos assistir uma peça teatral apresentada por professores e alunos do curso de français para imigrantes oferecido aqui em Sherbrooke no CEGEP.

A peça chama-se "Chalabia"e, pessoalmente, não compreendi direito o tal título. Mas ao que tudo indica, é somente um nome imaginário para um país que recebe os seus imigrantes.

Sendo assim, a intenção da peça é mostrar um pouco da vivência e das algruras de pessoas que decidiram imigrar. O jovem que introduziu que deu a palavra inicial sobre a peçca fez um convite inusitado: "Imaginem que vocês, todos vocês habitam em um país onde não existe liberdade de expressão, onde a guerra e a miséria tomam conta da população e vocês resolvem se refugiar em outro país onde vocês nçao conhecem a língua nem a cultura..."

Foi mais ou menos com estas palvras que eles nos convidou a ter atenção na peça. Durante os quase 60 minutos de duração da peça vimos desfilar alguns estereótipos como:

- Os habitantes locais chamando os imigrantes de preguiçosos, de gente que vive da ajuda da assistência social, gente perigosa porque pode trazer doenças desconhecidas, etc.

- Mostrar que todo imigrante é uma vítima de guerras ou de pobreza em seu país, etc.

De qualquer forma a peça é emocionante e retrata bem a adaptação de um imigrante aqui no Québec: a dificuldade com a língua, os choques culturais, a saudade do país de origem, o encantamento com a neve e com a natureza diferente, etc.

A primeira coisa a remarcar é que a peça não faz diferença entre um imigrante e um refugiado. No primeiro caso, a pessoa paga caro e passa por um sistema de avaliação rigoroso para ter o direito de entrar no país com o visto de residente. No segundo caso, a pessoa não paga nada e é recebido como residente dentro de um acordo internacional de dar refúgio a pessoas que sofrem por guerras ou perseguições em seu país de origem. Acho que este foi o maior defeito da peça, onde muitos quebequenses podem não ter atentado para a diferença.

Então a peça, a despeito de todas as suas qualidades, boa performance dos autores amadores, boa direção, cenário, iluminação e um roteiro bem escrito, deixou a desejar neste apecto onde a imagem do imigrante ficou muito ligada ao fato dele ser uma pobre vítima que recebe as benesses de um país bom que o acolhe.

Não há dúvidas que no caso de um refugiado isto é bem verdade! Mas no caso do imigrante que escolhe o país, pesquisa, estuda sua cultura, estuda a língua e vem com um programa de imigração bem elaborado, bem definido e caro como o do Québec a história é outra!

Nem é preciso dizer os inúmeros problemas que um imigrante vai sofre num país estrangeiro. Alguns: o choque de culturas, a dificuldade de se expressar em outra língua que não a sua, a distância da família, amigos, etc. E uma coisa extremamente importante: a sensação de perda de identidade. Quem sou? O que faço aqui? São algumas perguntas que tomarão conta dos dias de um imigrante.



Após a peça tivemos um momento para o público fazer comentários e perguntas sobre o que foi apresentado.

Nas questões e comentários gostaria de destacar alguns:

- Uma francesa que falou da dificuldade de integração apesar dela já falar a mesma língua! Achei louvável a sua iniciativa de fazer um trabalho beneficente como professora de francês Ficou claro também que ela resolveu imigrar em buscas de novas experiências, novas perspectivas e não por motivo de guerras ou violência em seu país.

- Um jovem de El Savador que agradeceu a acolhida do Québec e falou que no início, como refugiado, viveu da ajuda da assistência social, mas hoje, após quatorze anos das sua chegada, ele estudou, tem diploma, trabalha e paga seus impostos!

- Uma professora quebequense que ensina na escola primária e falou da dificuldade de trabalhar com oito alunos estrangeiros na classe e que não dominam o francês!

Na mesa de discussão: uma brasileira que chegou aqui há seis meses, foi apresentada como advogada, natural de São Paulo. Ela falou com muita emoção sobre o progresso e a facilidade de integração dos seus filhos adolescentes. Segundo ela, eles falam francês como um quebequense.

Uma jovem mãe de origem latina, talvez colombiana, que também falou do progresso dos seus filhos e como eles têm mais facilidade para aprender uma nova língua. Ela estuda no CEGEP algo ligado a serviço social.

Uma mulher, que veio como refugiada da Síria que relatou a questão da perda de identidade, apesar dela já falar francês. Do fato de sentir anônima, desconhecida, sem a rede de amigos,trabalho e família.

Um psicólogo da Universidade de Sherbrooke que falou sobre o componente língua como marca da nossa identidade e da nosso reconhecimento como pessoa, como profissional, como ser social.

Por tudo isso, continuo a fazer a pergunta: Imigrar ou não imigrar?

Nada que eu venha responder vai ser algo definitivo, ou uma solução para todas as inquietações e dúvidas daqueles que me escrevem ou escrevem a tantos outros que já passaram pela experiência de imigrar. O importante é saber que esta decisão é muito pessoal, é sua, de mais ninguém e além disso, é você que terá que arcar com ela pelo resto da sua vida tendo imigrado ou não.

20.11.05

Timbalada en Sherbrooke!




Nunca pensei que viria para o Canadá para dançar a Timbalada. Mas cá estamos meus amigos Anderson, Nancy e eu a apresentar com a grande expectativa de todo o público uma coreagrafia da Timbalada.

Foi muito bom, não posso deixar de confessar. E lá em cima no palco, dançamos em pensar que outras pessoas nos aplaudiam. Nos sentimos no Carnaval da Bahia. E querendo, ou não, é mesmo contagiante, no ritmo, na alegria e na animação.


Um espetáculo multicultural




Finalmente chegou o grande dia do espetáculo multicultural. Uma idéia do Jean-Gabin, um jovem e brilhante estudante originário do Burundi, que imigrante residente em Sherbrooke e estudante do doutorado em educação (o que está de terno).

Com a participação de estudantes de quinze países, a noite foi explêndida. Tivemos a impressão de viajar pelo mundo e conhecer um pouco das pessoas, da cultura, da alegria e da beleza de cada país.

Não precisa nem dizer que quem se fez representar nesta grande festa cultural não foi o Canadá, mas sim o Québec. É só olhar qual a bandeira que estava lá.







Aqui, jovens colando a bandeira do seu país no último momento. Minha dúvida é: que país é este? Não consegui identificar esta bandeira.

O Brasil foi o quinto país a se apresentar, não estou bem certa, mas creio que foi isso. A nossa apresentação passou por uma longa história. Primeiro pensamos em apresentar uma quadrilha junina, feta típica do nordeste e que algumas outras regiãoes também aderem. Depois, por conta do pequeno número do grupo, e por atestamos que o tempo seria curto para ensaios e os nossos amogos quebequenses não têm lá muito talento para a dança, decidimos apresentar o frevo. O frevo, como todo brasileiro sabe é uma dança e música típica do Estado de Pernambuco.

Bom, seria o frevo, mas aí nos demos conta que também não éramos tão bom dançarinos de frevo assim e ficaria difícil aprender vários passos em menos de um mês. Depois do Halloowen, Anderson e eu decidimos que apresentaríamos o Terno de Reis porque ele tinha feito uma fantasia para o Halloowen que lembrava o tipo de vestimenta para esta festa típica. Começamos a pesquisar e descobrimo que o Terno de Reis tem sua origem na região de Açores, Portugal, e que esta festa acontece em várias partes do Brasil, inclusive em Santa Catarina. Anderson já participou de Terno de Reis na sua infância, Nancy e eu, conhecíamos apenas de ver na televisão ou em livros sobre folclore. Também já ouvira minha mãe falar muito sobre esta festa que acontece no dia 6 de janeiro.

Pesquisamos músicas, detalhes sobre a festa, etc. Mas depois também nos demos conta que o que dá beleza a esta festa são as músicas cantadas, os instrumentos, e o encontro das pessoas em cada casa. Como fazer uma apresentação como esta com três pessoas?

Finalmente decidimos apresentar o carnaval da Bahia. Timbalada. Foi um sucesso como sempre. Ritmo, alegria, muito movimento de corpo. Pronto. Era isso. Nada difícil para três baianos que já pularam muito carnaval.

19.11.05

Hoje tem espetáculo!

Hoje é o grande dia do Espetáculo multicultural. Cada país vai se fazer representar por uma arte: música, dança, literatura, teatro, humor, etc.

Vocês estão convidados!

11.11.05

Abraço




A vida me abraça,
e eu, eu sinto o seu calor,
a sua força, a sua ternura.
A cada dia ela pulsa
dentro de mim
e fora de mim.
A vida nasce,
a vida cresce,
desenvolve-se,
reproduz-se.
A vida morre.

10.11.05

Entre viver e morrer

Um estava no leito de hospital. Sua vida se esvaia a cada segundo. Era levado para a U.T.I., a família acompanhava atenta e preocupada, mas havia esperança. Jamais se consegue imaginar que um ente querido vai nos deixar. A esperança aumentava a cada sinal de melhora. Um gesto, um movimento de olhos, tudo podia significar que o pior já havia passado.

O outro vivia os seus plenos vinte e poucos anos. Namorada, amigos, carro, viagem, som alto no carro. Trabalho, iniciativa; era um pequeno e bem sucedido empresário. Planejava uma grande liquidação. Estava na sua loja, localizada num bairro populoso da cidade. Um telefona numa noite de março. Foi encontrado morto com uma arma ao seu lado. Era suicídio.

Um lutava pela vida. Outro lutou para deixar de viver.

Para um, o sofrimento era presente. Estava ali no diagnóstico e em todos os sintomas de uma rápida degeneração. Para o outro o sofrimento era desconhecido, e só após o fato consumado, a família (pais, irmãos), puderam se dar conta de que os sinais da dor já estavam presentes, mas não evidentes.

Assim, em março de 2005 Naelson resolveu por fim ao seu sofrimento psicólogico. Escolheu morrer. Era uma dor intensa que ele ocultava no seu dia a dia. Os sinais eram mínimos e só puderam ser detectados após o ocorrido. Ninguém podia pensar que aquele jovem bem-humorado, que parecia feliz com a sua vida decidiria um dia por fim a sua vida.

Em novembro de 2005, Rômulo se foi. Seu corpo e sua mente lutaram até o último momento por sua vida. A luta teve fim.

A luta de um e de outro, um para continuar vivo, outro para por fim a uma dor desconhecida, mas infinitamente forte, que tirava as cores dos seus dias, que tornava sua vida sem sentido.

A luta por viver. A luta por morrer, já que a morte parecia a única resposta para algo que ele mesmo não compreendia.

Em março de 2005, Naelson, meu primo que vi criança, cometeu suicídio. Ninguém sabe os verdadeiros motivos, mas se soube depois, ligando fatos, palavras, atitudes, que ele sofria. Nunca tive coragem de falar sobre isso porque eu mesma não conseguia acreditar que algo assim pudesse acontecer com alguém que tanto amo. Mas aconteceu e de alguma forma quando algo assim se passa, nós nos perguntamos, eu me pergunto: "Algum dia eu conversei com ele algo que não fosse amenidades? Algum dia eu lhe falei o quanto o amava?"

9.11.05

Ainda sobre a vida e sobre a morte

Era um menino tímido, magro, amava desenhos animados. Era afetuoso. Acordava, preparava seu café, sem leite, ou preto, como costumávamos dizer quando criança, esquentava o pão ali, no fogo mesmo. São imagens que reti da minha infância com ele. Enquanto brincávamos, seus irmãos, Rosangela e Romildo, e eu, corríamos pelo quintal, inventávamos mil brincadeiras, ele amava seus desenhos.

Cresceu e se tornou um jovem inteligente, comunicativo, não havia como não gostar da sua companhia, alegre, calorosa, divertida. Tornou-se um jovem sociável, apesar da infância diante da TV, amava estar entre amigos, amava as pessoas. Inteligente e ativo, amava estudar, amava seu trabalho. Amava viver. Viveu intensamente todos os momentos, sempre contagiando os outros com o seu bom humor, com seu dinamismo.

Gostava de computação gráfica. Foi trabalhar num grande jornal em Salvador.

Num dia sentiu um desmaio, estava em casa de férias. Seus pais o levaram para o hospital, os sintomas levavam a crer que seria um derrame cerebral, ou um aneurisma. Não era, era mais do que isso, era um tumor que levou sua vida, sua alegria, seus movimentos, sua capacidade de comunicar-se com os outros.

Mas foi como um verdadeiro guerreiro que lutou até o último minuto por sua vida. Foram três meses de dor e sofrimento.

Ontem ele se foi para os braços de Deus.

Hoje dia 08.11.05 às 09:40, perdemos mais um ente querido, nosso Primo Romulo após 3 meses de luta. O Guerreiro resolveu descansar, entregou os pontos.
Sinto muito em te dar esta informação, porem é preciso.

Luis Carlos Adorno


Considero a mensagem que recebi do meu primo Luis Carlos uma grande homenagem ao nosso primo Rômulo.

Viver e morrer

Grande parte das pessoas não gosta de pensar na morte, não fala sobre a morte. Noto que aqui na América do Norte, por as pessoas serem mais materialistas este tema é visto com mais naturalidade. Não por todo mundo é claro! Mas o certo é que a morte faz parte da vida.

É assim que o pai de um amigo, por exemplo, começou a falar a sua família sobre os preparativos para o seu funeral. Ele deseja ser incinerado, ou cremado, ele não deseja que seu corpo seja exposto para outros verem e lamentarem. Ele não é católico e não deseja que seja feita nenhuma cerimônia religiosa. Na verdade ele gostaria que fosse realizada uma cerimônia indígena, mas ele mesmo não está muito à par de como isto pode ser feito. A família não tem contato com indígenas.

Talvez na América do Sul, e mais especificamente no Brasil, o nosso sentimento sobre a morte seja encoberto num tom de mistério, dor, sofrimento. Aqui noto que as pessoas trabalham melhor com este elemento que é morrer. É só minha observação pessoal. Não tenho dados para comprovar. Mas é um pouco da minha vivência com as pessoas. Poderíamos dizer que os americanos são mais frios em relação a este tema? Não, acredito que não. É apenas uma forma diferente de trabalhar o conceito de morrer. Nós brasileiros, e aqui também é minha visão empírica, somos mais religiosos, mas ao mesmo tempo a morte é ainda um tema envolto em mistério e pesar, simplesmente não gostamos de tratar deste assunto.

Pensar nos ritos de morte, preparar testamento, um seguro de vida, torna-se um terror para muitas pessoas. Por isso mesmo, uma das profissões mais difíceis é ser vendedor de seguro de vida. Não é fácil falar para uma pessoa que ela pode morrer de repente e que ela precisa deixar os seus familiares em segurança. Falar de morte pois, é uma arte que estes profissionais costumam desenvolver.

Para nós pode parecer estranho o fato de que os norte-americanos têm, por exemplo, um profissional que é maqueador de cadáveres. Em geral o corpo da pessoa fica exposto em um local reservado para a visitação por vários dias, então o corpo passa por uma espécie de mumificação (não encontro o termo certo, agora), e a pessoa é maquiada dando-lhe uma aparência de vida.

O caso é que mesmo a morte se capitalizou, poderemos dizer desta forma. Ou ainda, a morte é algo tão doloroso, tão triste, que dentro desta sociedade que valoriza tanto a beleza física, procura-se uma forma de eternizá-la nos últimos momentos que o ente querido peramenece neste mundo, representado por seu corpo. Parece obrigatório que ele se apresente com uma boa aparência. Mesmo no Brasil temos hábitos assim; o morto, via de regra, é sempre vestido com o que há de melhor em seu guarda-roupa. É também uma forma de não aceitação da morte, penso eu.

6.11.05

O pássaro que esqueceu de viajar - Parte II


Parece que o nosso pássaro não ficou sozinho, há outros de seus amigos por aqui. São jovens e pelo visto resolveram arriscar e passar o inverno em Sherbrooke. É possível que alguns merles sobrevivam ao inverno canadense, há mesmo alguns desta espécie que ficam no Jardim Botânico de Montréal durante o inverno, segundo informações que encontrei neste site.

Os pássaros adquirem novos costumes. Eles desenvovlvem a sua forma de se relacinar com a natureza! As gaivotas, por exemplo, vivem na cidade. Todos os dias avistamos numerosas delas em nosso trajeto. Ao anoitecer, procuram um lugar seguro para dormir; dormem todas juntas, talvez porque seja uma forma de protegerem-se umas às outras. De manhã bem cedo elas voam unidas e vão em busca de alimentos. Vivem nas cidades, tiveram que se afastar do mar, seu habitat natural, em razão da poluição. Mudaram seus hábitos de alimentação também, agora comem tudo que vêem pela frente, até mesmo guardanapos com cheiro de frituras ou doces. Em razão desta mudança alimentar, certamente vivem menos e são menos saudáveis. Outra consequência interessante é que suas fezes causam um dano tremendo para os veículos: causam uma corrosão mais rápida.

É certo que os donos dos veículos não ficam nada satisfeitos. Mas pensem no que os donos destes veículos, ou seja, nós entes humanos já causamos à natureza?

Agora os pássaros voam num céu cheio de poluição.

29.10.05

A primeira neve!




Vista da Faculdade de Educação - Universidade de Sherbrooke

28.10.05

O pássaro que esqueceu de viajar

Um pássaro, o Merle, não preparado para os dias frios de inverno, estava sentado em baixo de uma árvore, procura aquecer-se dos primeiros frios ventos que começam a chegar na região. Isto mesmo, porque para nós que viemos de uma região tropical parece difícil entender, ou melhor, sentir, mas para os povos que habitam nesta região gelada, quando a temperatura começa a chegar próximo de 0 graus, o tempo está fresco! Ou frait, em bom francês quebequense. Frio mesmo, como começamos classificar, só vai ser percebido pelo quebequense quando a temperatura chegar a -10, -20, por exemplo. À partir de -30, o que para nós pode ser denominado de era glacial, para um bom quebequense é "frait", o que pode ser traduzido por gelado. Bom, até aí estamos iguais.

O caso é que os merles, uns pássaros relativamente grandes, que possuem um ventre amarelo, comem vermes de terra, a nossa minhoca, viajam para terras mais quentes logo que o fim do outono se anuncia. Mas um pobre e pequeno merle, resolveu que não iria partir. Pobre merle? O que le fará aqui nesta terra gelada onde ele não poderá encontrar o seu alimento preferido? Onde se abrigará nos dias de tempestade de neve? As árvores perdem suas folhas e morrem durante o inverno. O solo congela até 6 pés, todas as minhocas cavam túneis mais profundos para conseguirem sobreviver. Penso que as formigas também. As marmotas, os esquilos, também cavam túneis. As marmotas hibernam, e, muito higiênicas, cavam uma espécie de túnel com dois cômodos, 1/2, o um é para dormir, o meio para fazer pipi. Os esquilos levam todos os grãos possíveis que eles conseguem recolher. A marmota come toda a boa erva que ela encontra pela frente, grama, flores e legumes, com exceção dos tomates!

Os ursos hibernam, estes bem conhecemos das histórias infantis. Hibernam e acordam famintos na primavera.

Mas e o pobre merle que se esqueceu de viajar com outros pássaros? Ele parece muito jovem. Um jovem rebelde que resolveu inovar e enfrentar o tempo hostil? Um ser mais fraco que não compreendeu que o destino dos pássaros da sua raça é seguir os mais velhos em busca de regiões menos inóspitas em determinadas épocas do ano? O que será deste pobre pássaro?

26.10.05

Comédias da vida gelada

E por falar em neve, gelo, frio, não deixem de ler as maravilhosas crônicas do Alys. Aquecem os nossos corações e fazem fluir nossas idéias nestes dias frios.

Clique aqui: Comédias da vida gelada.

Verbo amar

Li esta frase hoje na TV e gostei.


Le verbe aimer est toujours difficile à conjuguer : sont présent n’est jamais indicatif; sont passé est toujours imparfait et son future est suivant conditionnel.

25.10.05

Neve, Neve, Neve!

Cai a primeira neve hoje aqui em Sherbrooke, parece inacreditável, mas cai neve lá fora. É uma neve fininha que quando chega ao solo se transforma em água rapidamente mas ainda assim, é neve!

No domingo vimos neve no Mont Pinacle e quase nem acreditamos. Agora a neve cai em seus pequenos flocos e é muito lindo olhar da janela. Quando andamos lá fora, nossa roupa fica cheia de pequenos flocos. A neve pequeninha mas já dá para ver o seu formato de uma folha.

Aniversário de Lia!
Hoje é o aniversário da minha amada irmã Lia. Parabéns, irmã querida, sempre tão feliz e sempre com uma palavra de carinho e incentivo para nos dizer. Acho que a natureza lhe deu um presente especial quando fez nevar em Sherbrooke. Imaginem que no ano passado a primeira neve só chegou em meados de novembro!

Mise à jour
É realmente a primeira neve do inverno. Inverno em pleno outubro, gente ainda estamos no outono, o inverno começa (no calendário) no dia 21 de dezembro!

Ah, mas está tudo tão lindo, a neve cai em pequenos flocos e parece um balé no ar. Saímos para dar um passeio e voltamos cheios de flocos de neve.

21.10.05

Amanhã

Refletir sobre o futuro nos obriga institivamente a revisar o passado. Certamente o nosso amanhã será, em parte, reflexo do nosso ontem. É por estas razões que muitas vezes precisamos debruçar-nos sobre a História para tentar compreender algumas questões sobre o nosso presente, afinal, o presente é o futuro de um passado não muito distante!

O que somos hoje, é realmente resultado de nossas experiências anteriores, mas é também o resultado de como soubemos processar estas experências. Boas ou más experiências não resultarão necessariamente em seres melhores ou piores, mas certamente farão com as pessoas que as vivenciaram tenham novas lentes para olhar outras situações semelhantes.

Anderson, Mestre
É neste sentido que meu amigo Anderson, colhe amanhã um futuro que ele fez por acontecer. Amanhã Anderson recebe o seu título de Mestre em Ciências da Educação - Universidade de Sherbrooke.

A história de Anderson mereceu destaque na seção de notícias da Universidade. Vejam aqui

Via Ricardo Noblat:

Onde o NÃO deverá esmagar o SIM

As pesquisas indicam que será no Rio Grande do Sul a vitória mais folgada do NÃO no referendo do próximo domingo. O Estado reúne o maior número de armas por habitantes e um baixíssimo índice de criminalidade se comparado com o de outros Estados.

Olívio Dutra, quando governou o Rio Grande do Sul, impediu que a polícia militar continuasse dando proteção ostensiva aos proprietários de terras. Eles então se armaram para evitar invasões. Os sem-terra sustaram as invasões com medo de levar bala.

Foi mais ou menos isso o que aconteceu.

20.10.05

Seminário de Estudantes

No Centre de Recherche en Intervention Éducative - CRIE, há uma prática muito interessante: o Seminário de Estudantes. É algo muito bom para todos os estudantes de mestrado e doutorado porque temos a oportunidade de apresentar o nosso projeto de pesquisa e ouvir críticas e sugestões de professores e colegas.

Hoje uma colega vai apresentar um Seminário muito interessante sobre o lugar da interdisciplinaridade no currículo da escola primária quebequense.

Contarei mais detalhes daqui há pouco.

La Clé des mots
Uma idéia muito interessante. Aqui na universidade de Sherbrooke temos um serviço para ajudar os estudantes com a redação de textos em francês, isto mesmo, a língua francesa não é fácil, é cheia de nuances e regras que pode tornar a sua leitura incompreensível. Comecei a utilizar o serviço de língua francesa. Mas há outros também para : espanhol, orientação para como encontrar emprego e também orientação sobre assuntos jurídicos.

18.10.05

Armas, aves e outros assuntos



Não gosto de armas, não gosto de violência e realmente um mundo quase perfeito para mim seria o mundo sem estas coisas, além de muitas outras, é claro. Sem ódio, sem guerras e outras coisas semelhantes. Mas parece que este mundo quase perfeito não existe, ou está muito longe de existir. Será que já existiu um dia?

No fim de semana vivemos uma situação inusitada. Alguém fazendo amigos e familiares pensarem que portava uma arma, gerou um clima muito desconfortável. Algo realmente triste e difícil de entender. Para mim fica claro que o fato de ter uma arma não torna uma pessoa mais perigosa. Ela já o é em sua própria índole. Uma arma, de fogo, ou outra considerada menos perigosa talvez não faria grande diferença, todos sentiriam-se ameaçados da mesma forma.

Toco neste assunto para falar de algo que o Brasil todo discute nas últimas semanas. O tal referendo sobre a comercialização de armas. Isto mesmo, comercialização de armas. Se votarmos sim, nenhuma pessoa terá direito a comprar ou vender armas e munições, salvo algumas exceções. Vejam aqui uma parte do texto que já foi aprovado pela câmera:

CAPÍTULO VI

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo para as entidades previstas no art. 6o desta Lei.

§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação mediante referendo popular, a ser realizado em outubro de 2005.

§ 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto neste artigo entrará em vigor na data de publicação de seu resultado pelo Tribunal Superior
Eleitoral.


Não participarei do referendo porque estou fora do Brasil. Mas o meu voto seria, mas na dúvida, votaria nulo.

Você já decidiu?

Gripe aviária
Começa a haver preocupação em razão dos focos do vírus terem sido encontrados na Romênia, Turquia e Grécia. Leia aqui a declaração O secretário da Saúde dos Estados Unidos, Michael Leavitt, segundo ele, nenhum país está preparado para combater a gripe aviária.

Canards mobiles
Por falar em aves, a foto acima são dos lindos patos em forma de móbile que o Maurício faz. Comecei a vendê-los no Natal passado e fazem muito sucesso entre amigos e conhecidos. Hoje vendi dois para duas gentis colegas quebecoises. Artesanato legítimo do Québec. Acho que assim posso contribuir para a campanha "Salvem os Patos" do Feltrin.

Mas preciso confessar, comi pato com laranja e pato com maçãs. Nunca havia comido patos na minha vida. Gostei muito! Agora com esta tal de gripe aviária vamos parar de comer patos definitivamente.

Analise Qualitativa
O curso de Analise Qualitativa vai de vento em popa. Neste curso finalmente entendi o que é Fenomenologia, conceito que estava meio nebuloso dos meus tempos de UFBA, que me perdoem o Dante Galeffi e também o memorával professor Felipe Serpa, mas só vim entender bem a fenomenologia em francês.

13.10.05

Aniversário de Anderson!

O aniversário de Anderson foi no dia 1º de outubro, mas somente no último sábado nos reunimos para comemorar.

Anderson teve a excelente idéia de fazermos um Festival de Pizza. A idéia era uma noite de degustação de pizzas de sabores e texturas variadas.

Anderson, Yannick, Sebastião, Nicholas e Nancy realmente se esmeraram e fizeram pizzas que além de saborosas enchiam os olhos! Estavam simplesmente decorativas.

Yannick iniciou servindo uma pizza decorativa com salsicha italiana com cebolas. Hummm, delícia.

Anderson relembrou uma tradição da infância quando sua mãe fazia pizzas numa forma retangular. Então comemos pequenos retângulos de pizza de milho verde e sardinha! Ainda comemos pizza assim lá em casa! Os nossos amigos quebecoises foram unânimes em dizer que simplesmente não era pizzaaaaaa!!

Ah, sim, o sabor estava genial!

Depois Nancy servimos a pizza que Nicholas enviou (ele não foi para o jantar, mas enviou a sua colaboração). Muito gostosa! Com peperoni, tomates, cebolas.

Vaio a vez de Nancy servir a sua pizza. Uma idéia genial que ela teve, ela fez uma pizza dessert, ou seja para sobremesa, com uma massa que a gente compra pronta. Decorou com banana, laranja e maçãs e colocou um creme feito com goiaba por cima. Nossa, ficou simplesmente divina.

Dá para imaginar que ainda faltavam duas pizzas? Maurício tinha feito uma montanha! Todos logo a nomearam de "Mont Orfod", o monte mais alto aqui da região. A minha não ficava atrás mas era um pouco menor e por isso foi chamada de "Mont Bellevue".

Acabamos não comendo estas duas últimas pizzas porque ainda tinha o bolo de aniversário de Anderson. Uma torta de tapioca!!

Parabéns com velinhas e tudo!

Acabamos dividindo as pizzas que sobraram e a novidade é que a "Mont Orfod" foi eleita a pizza mais saborasa. Nicholas, que não estava presente no jantar, mas ganhou o seu pedaço de pizza, chegou a afirmar que não teria sobrado nada se ele lá estivesse.

P.S.: Vou enviar as fotos depois porque o computador em que as salvei deu um problema e só o teremos de volta na próxima semana.

8.10.05

Passeio de barco com amigos


Uma visão maravilhosa de Maurício em direção ao barco
No último domingo, dia 2 de outubro, fizemos um maravilhoso passeio de barco com os amigos Wal, Paulo e Nancy.


Neste passeio desfrutamos da visão maravilhosa dos grandes hutards que viajam para o sul em busca de regiões mais quentes. No momento que fiz estas fotos não conseguia ver nada além do azul do céu no visor da máquina digital. Mas não é que saíram umas fotos interessantes?

Uma imagem que exprime toda a alegria e a descontração deste belo final de tarde:



Aqui o grupo no momento da preparação para embarcar.

6.10.05

Sobre projetos e sonhos

Outro dia em conversa com um amigo, ele me disse algo que me fez refletir muito. Falávamos sobre nossas histórias de vida, o porquê e o como chegamos onde chegamos até agora, então ele disse esta frase: "Quando criança eu gostava de observar as pessoas, gostava de perceber as que se mostravam felizes e realizadas, então descobri que as peossas felizes e realizadas eram aquelas que tinham uma paixão, faziam algo onde colocavam esta energia da paixão. Fui em busca da minha paixão e aos 15 anos já era dono da minha primeira floricultura".

Ele descobriu que amava as flores, que queria aprender a cultivá-las, a fazê-las mais belas e estimadas aos olhos dos outrso também.

Penso sobre projetos e sonhos. Um dia sonhei que moraria em outro país, que estudaria, aprenderia outras línguas, viveria no meio de outras culturas. Meu sonho começou a se realizar aqui no Canadá.

Ter uma paixão por algo significa investir suas energias em alguma coisa que você realmente ame. Eu sou apaixonada por educação e pesquisa. Estou feliz na minha área de atuação. Mas também sou apaixonada por literatura...

Há muitas pessoas que estão infelizes porque não encontraram ainda a sua verdadeira realização. Lutam contra inúmeras dificuldades externas em termos de realização profissional, por exemplo. Mas uma coisa que devemos saber é que investir em algo que amamos custa tempo, energia e dinheiro. Não adianta ficar nos mundo dos sonhos, é preciso criar projetos e colocá-los em prática.

Você tem um sonho? Já começou a projetá-lo afim de ver sua realização? Entaão comece, nunca é tarde para começar.

Gean e Vanusa de casa nova
E por falar em sonhos e projetos de vida, o casal brasileiro que mora em Toronto, Gean e Vanusa, acabaram de realizar um grande sonho. Eles compraram uma casa! Se você deseja saber mais sobre a belíssima história deste jovem casal que um dia sonhou em sair do Brasil para tentar melhores condições de vida no Canadá, leia o blog do Gean, Meu Cantinho.

Aproveite e veja a experiência de imigração deste jovem casal. Gean também oferece sempre dicas úteis sobre a vida local e também sobre Internet e uso de serviços e software. Boa visita!

Artes e espétaculos
Apesar de morarmos aqui numa cidade pequena como Sherbrooke, somos bem servidos em termos de atividades artísticas e culturais. Temos jornais locais e os estudantes podem participar com publicação sobre temas diversos. Meus amigos Anderson Oliveira e Nancy Oliveira, que apesar do nome, não são parentes, começaram a escrever para o jornal universitário Le Collectif. Nancy estreeou com um belíssimo texto sobre o espetáculo de Dança do Ventre: Exodis. Leia aqui o texto . Anderson vai escrever sobre espetáculos musicais. Ontem assistimos um belíssimo espetáculo de um grupo de Toronto que apresenta música árabe e da região do Oriente Médio. Aguardaremos o texto e comentários de Anderson no próximo número do journal Le Cellectif.

Na semana passada assisti ao espetáculo de dança Barbeu Blue com Nancy. Foi um espetáculo diferente onde o grupo faz uma mistura entre teatro e dança.

Estes espetáculos acontecem no Théatre Chantaniel em Lenoxiville, Universidade de Bishops.

5.10.05

Um espetáculo multicultural

Na semana passada fomos convidados para um reunião com a Fundação Force. a Fundação Force é uma fundação organizada pelos estudantes da Universidade de Sherbrooke, organismo sem fins lucrativos que tem por missão ajudar os estudantes que passam por dificuldades financeiras. É organizada e mantida por estudantes e sua ajuda pode ser de diferentes formas: empréstimo, programa de estudo-trabalho, bolsas, ajuda alimentar. Já fui beneficiada pela Fundação e sinto grande prazer em poder retribuir ajudando outros alunos a terem o mesmo tipo de ajuda.

Estamos organizando uma Associação de Brasileiros na Universidade de Sherbooke e precisamos contactar todos os brasleiros que estudam aqui.

O tema da reunião é a organização de um espetáculo multicultural para anagariar verbas para a fundação.

Segundo o presidente, a Fondation Force é a única fundação des estudantes a se ocupar de estudantes no Québec. Acehi a idéia simplesmente fantástica e lembro-me como os estudantes residentes da UEFS passavam por dificuldades e não havia nenhum organismo que os ajudassem.

O espetáculo multicultural será realizado no dia 19 de novembre de 2005 e cada grupo de estudantes internacionais foram convidados para apresentar um pouco da cultura do seu país.

Países que estiveram representados nesta primeira reunião e que tipo de espetáculo pretendem mostrar:

Brasil : quadrilha de São João;

Congo : Desfile de moda com a participação de todos os paíse;dança;

Ruanda : Música tradicional ou un número de dança;

Burundi : musica;

Sénégal : desfile de moda;

Camarões : musique tradicional;

Burkina-Faso : musica;

Egito : dança ou outra coisa, não está definido ainda;

Québec : os representantes não estavam presente mas vão participar;

Marrocos : Uma música marroquina? Uma dança? Não está definido ainda.

1.10.05

Auto-colheita de maçãs




Chegamos à Fazenda Ferland e demos de cara com este cachorrinho aí da foto, e é claro, não deu outra; podemos fazer uma foto? A garota muito educada, além de dar a permissão ficou lutando para manter o cachorro quieto para a foto. Ficou muito linda e o cachorrinho, que não tem nada de "inho" ficou um fofo.



O grupo reunido. Se vocês adivinharem onde estou...



Colhendo ou comendo maçãs? Ou melhor, peras. O caso é que enquanto você colhe as frutas, você come quantas desejar.



Alguém tem que pagar a conta, não é verdade?




Aniversário de Anderson

Mil parabéns a Anderson, nosso amigo, colega e grande incentivador pelo dia do seu aniversário. Parabéns, Anderson!

25.9.05

Vrais copains/Best buddies


O Projeto Vrais Copains ou Best buddies , algo como, verdadeiros amigos, foi criado nos Estados Unidos em 1989 por Anthony Kennedy Shriver. Hoje existem mais de 700 sessões espalhadas pelo Canadá, Estados Unidos, Grécia e também Egito. É um projeto que se dedica a melhorar a qualidade de vida das pessoas que possuem alguma deficiência intelecutal.

A cordenadora do campus da Universidade de Sherbrooke é minha colega Barbara. Fiquei interessada nesta atividade e resolvir fazer minha inscrição como membro associado, o que significa que vou participar das atividades de grupo mas não estarei diretamente implicada em ser a companhia de um dos afiliados para fazer atividades como ir a um café, cinema, etc.

Aqui podemos ver como funciona e quais as atividades realizadas pelo Vrai Copain, sessão Universidade de Sherbrooke

O que mais me impressionou no grupo é que eles são em grande parte pessoas que têm uma certa indepedência. Na sua grande parte são adultos, mas há crianças e adolescentes que não vieram para esta primeira atividade do ano de 2005 (o ano escolar que começa no outono, final de agosto e vai até a primavera, ou seja até final de abril).

Eles são capazes de ler, andar sozinhos na cidade, pegar ônibus, têm namorados/namoradas, trabalham em lojas, escolas ou supermercados.Ernesto é noivo. Rachel mora com seu chum (palavra quebecoise que significa namorado). Fiquei a pensar em pessoas que vivem a mesma situação de deficiência no Brasil. Nunca conheci um adulto nas mesmas condições que são capazes de ler e escrever. Crianças, sim, porque já trabalhei com algumas delas. Vejo que o Canadá está bem avançado na questão da educação de pessoas com deficiência mental.

Um ano no Canadá




Hoje comemoro um ano de chegada ao Canadá! É meu aniversário. O sol deu-me este presente maravilhoso no dia 24 de setembro, data que parti do Brasil; ele se pôs de uma forma graciosa.

Tiramos esta foto durante o passeio de barco. É, o mesmo barco que recuperamos no dia anterior (na terça, 23 de setembro).

Comemorei o meu aniversário de chegada aprendendo como se faz o isolamento de uma casa aqui no Canadá. Vejam:




Primeiro é preciso colocar esta espuma especial para ajudar na isolação.




Aqui minha primeira tentativa. Detalhe, é preciso usar luvas e botas, blusa comprida e calça jeans para evitar se machucar durante o trabalho. A espuma dá uma coceira terrível se entrar em contato com a pele.

A segunda etapa é forrar tudo com um plástico especial que parece papel alumínio mas é muito mais resistente. Dentro da espuma deixa-se o ar e o plástico laminado, podemos chamar assim, fica meio inflado, deste jeito impede a entrada da umidade.

Nesta foto podemos ver o trabalho quase terminado. Falta ainda pregar as paredes que são de madeiras e são pregadas com uma espécie de grampeador de madeira! Ah, sinto-me a construir uma casa de brinquedo. Mas é esta tecnologia que faz com que as casas canadenses tenham um clima agradável durante o verão e que se aqueçam durante o inverno (com a ajuda de aquecimento elétrico ou de uma boa lareira).


23.9.05

Um barco à deriva

Ontem durante o jantar recebemos um telefonema com uma notícia insólita: o barco tinha se soltado e estava à deriva. Havia o perigo dele ser levado pela correnteza até a barragem próxima. Seria terrível se isto acontecesse pois o dono do barco seria responsável pelos prejuízos que por certo ocorreriam.

Quis sair imediatamente. Eram quase 19 horas, estávamos começando o jantar. Maurício disse que era melhor terminar o jantar porque necessitaríamos de energia para este trabalho.

E lá fomos nós em direção ao Caminho Ste. Catherinne para chegar ao Rio Magog, local onde o barco estava atracado.

Após duas horas de busca finalmente encontramos o barco encalhado em meio às plantas aquáticas. E bem longe da barragem!

Este episódio fez-me reportar a certas pessoas que conhecemos que parecem não ter rumos na vida. Vivem à deriva, não têm sonhos, não têm projetos e por isso mesmo são levadas por todo tipo de vento. Tais pessoas às vezes vão tombar numa espécie de barragem e então se dão conta que o preço de uma vida produtiva e feliz é alto. Algumas vão sair de lá refeitas; outras permanecerão atracadas à idéia de que lutar não vale a pena.

A vida não é simples. Não é um conto de fadas onde tudo é perfeito e previsível. Todo o tempo nos deparamos com dificuldades e com situações onde somos obrigados a oferecer diferentes respostas.

Quando somos capazes de lidar com situações das mais diferentes possíveis e ainda assim guardar o equilíbrio para digerí-las, chegamos ao que se chama maturidade.

Efeitos do Katrina
Ao que tudo indica o barco desatracou por causa dos ventos do Katrina que chegaram aqui na região há duas semanas.

Novos furacões
Este ano tem sido notável o grande número e força dos furacões que têm atingido o planeta. ao que tudo indica, consequência do aquecimento global. Vejamos um trecho da Revista Ciência Hoje:

Aquecimento aumentou intensidade de furacões
16/09/2005 Furacões intensos como o Katrina, que destruiu Nova Orleans (EUA) no fim de agosto, tendem a ser cada vez mais freqüentes no futuro em todo o globo. A conclusão é de um estudo norte-americano que analisou as características de todos os furacões ocorridos nos últimos 35 anos. Os cientistas constataram que, embora o número absoluto de ocorrências tenha diminuído entre 1970 e 2004, é cada vez maior a freqüência de furacões das categorias 4 e 5 – os mais intensos, com ventos de mais de 200 km/h. O estudo, publicado nesta sexta na revista Science, atribui em parte o fenômeno ao aumento das temperaturas da superfície do mar no mesmo período. No entanto, os pesquisadores são cautelosos ao associar o aumento da intensidade dos furacões ao aquecimento global devido à ação humana – segundo eles, são necessárias estatísticas sobre um período mais amplo para que se possa estabelecer essa relação.

22.9.05

Dia Mundial sem carro

Hoje comemora-se o Dia Mundial sem carro ou Journée sans auto. A Federação de Estudantes da Universidade de Sherbrooke enviou mensagem para todos os estudantes, professores e funcionários. É verdade que o dia sem carro sá vai funcionar aqui no Campus principal e ainda assim entre 7h e 14h.

Soluções oferecidas pela cidade de Sherbrooke:

- Tarifa espcial de ônibus: 1 dólar (a tarifa normal é de 2,75, mas o ônibus é gratuito para todos os estudantes);

- A STS recomenda utilizar o estacionamento do Parque Blanchar ou do Carrefour de L'Estrie;

- Os estudantes ainda podem utilizar o estacionmento do Mont Bellevue e fazer uma caminhada de 15 minutos até à universidade;

- Serviço de carona oferecido pela FEUS.

Em resumo, eu nunca vi tantos carros no Boulevard Université como hoje, dia sem carro.

Eu mesma acabei vindo de carona. Coisa rara, porque todos dias caminho até à universidade.

De qualquer forma, este dia serve para sensibilizar as pessoas para utilizarem meios de transportes alternativos como ônibus, bicicleta ou carona com amigos. Tem alguns estudantes que dividem apartamentos ou moram próximos um dos outros e seria interessante que utilizassem um único veículo para se deslocar até à universidade.

O serviço de transporte urbano de Sherbrooke não é para pobre como no Brasil, é um serviço para todos. E sem contar que todos os estudantes não pagam ônibus, basta apresentar a carteira com o selo da sessão. As pessoas que pagam podem comprar um cartão mensal e a passagem fica alguns dólares mais em conta.

É isso. Vejo que a cidade de São Paulo aderiu ao movimento. Boa notícia.

17.9.05

Wal e Paulo em Québec

Wal e Paulo em Québec, mais precisamente em Sherbrooke.

Chegaram! Eles chegaram hoje por volta das 16 horas aqui em Sherbrooke. Hoje conversei no messenger com a Vania, a simpática irmã da Wal.

Amanhã às 16 horas teremos um jantar de recepção para os mais novos habitantes da cidade de Sherbrooke.

Depois colocarei aqui as fotos e as novidades deste jantar.

Até lá!

15.9.05

Brasileiros em Sherbrooke

Temos uma pequena comunidade de brasileiros aqui em Sherbrooke, por causa disso criei uma comunidade Brasileiros em Sherbrooke lá no Orkut. Devagarinho a comunidade cresce, como bem mencionei na descrição da comunidade, nela participam pessoas que moram, já moraram ou pretendem morar em Sherbrooke. Por causa desta comunidade acabei conhecendo um casal muito simpático que estava em fins do processo de imigração.

Wal e Paulo finalmente chegarão aqui neste fim de semana acompanhados da linda cachorrinha Mel. No domingo, dia 18 de setembro, teremos um jantar especial para recepcioná-los.

Veja aqui um pouco da história da imigração de Wal e Paulo para o Québec.

13.9.05

Festival de blé-d'inde 2005




Eu nunca pensei que fosse participar de um Festival de Milho aqui no Canadá, só faltou eleger a rainha do milho.

Lembro-me que fiquei surpresa no primeiro dia que cheguei à Montréal, em 25 de setembro de 2004, fomos, Marc, Marie-Élene, sua namorada e eu para o Mercado Jean Talon que funciona somente durante o verão e começo do outono por razõoes óbvias. Lá no mercado encontramos todos os tipos de frutas e também uma certa variedade de legumes e milho cozido! Os filhos de Marie-Élene me perguntaram na época se eu sabia fazer pamonha! Eles haviam comido uma vez porque Marc encontrou no mercado mas nunca mais tinha encontrado de novo. Je suis desolé, claro que não sabia fazer pamonha! Mas agora até acho que vou tentar.

O milho daqui tem uma diferença, é bicolor, amarelo e branco e tem uma testura mas tenra que o nosso, e também é doce, estranhei no início mas agora habituei-me ao sabor.

No início do ano letivo a Universidade de Sherbrooke oferece o Festival de blé-d'ind, nome que os franceses chamam o nosso milho . Blé significa trigo, talvez eles chamem o milho de um trigo da India, é o que deduzo.

Em breve, um ano!

Gente, em breve comemorarei um ano da minha chegada aqui no Canadá. Tenhos muitas histórias, muitos aprendizados, novos amigos, aquisição de uma nova língua, experiências incríveis. Às vezes penso o quanto seria maravilhoso se vivesse todas estas coisas se tivesse 18 anos, com certeza processaria tudo de uma forma completamente diferente. Sempre sonhei viver em outro país, viajar, conhecer o mundo. Sinto-me cidadã do mundo e, sem dúvida, tenho facilidade de aproximação com pessoas de culturas diferentes, não porque as ache exóticas, estranhas, pelo contrário, sinto como se tivesse uma ligação incomparável com elas e quando começo a conversar, encontro sempre coisas em comum, sonhos, idéias, ideiais.

É isso, vou completar um ano no Canadá, Québec e além da satisfação de conhecer este pedaço do mundo, tenho o prazer de conhecer muitos outros através das pessoas de diferentes países que conheço aqui. Alguns: Colômbia, Argentina, Marrocos, Estados Unidos, França, Congo, Togo, Burundi, Suiça, Suécia, Luxemburgo, etc. A lista é enorme!

9.9.05

Uxoricídio e filicídio?

Você sabe o que significa uxoricídioe filicídio? Pois é, eu não sabia. Através do post que é uma verdadeira aula sobre psicanálise e psiquiatria do Claudio Costa, psiquiatra que mora em Belo Horizonte, você descobrirá mais sobre as estranhezas da mente humana que é capaz de cometer crimes terríveis como estes.

Brasil e outras histórias

O 7 de setembro
Mais um 7 de setembro em que o Brasil comemora a sua pretensa liberdade. Nós nos perguntamos: liberdade de quem? As amarras do capital ao mesmo tempo que dão liberdade e força a um país também o subjugam à sua lógica, por vezes, pervesa, de enriquecer uns em detrimento de outros.

No momento o nosso país atravessa uma crise política inigualável onde a corrupção e a ganância de políticos declaram que o país é escravo da sua própria impunidade. Queremos um país melhor, mais justo, não queremos ser àa 10ª economia do mundo e ao mesmo tempo um dos piores em condições de vida por causa da péssima distribuição de renda. Infelizmente os últimos acontecimentos têm mostrado que os nossos políticos, os nossos representantes, a quem confiamos o trabalho de dirigir o país, trabalham em causa própria.

Katrina, Oliver e pessoas desaparecidas
Oliver está salvo e vai chegar a Berkeley hoje. O Alex Castro conseguiu entrar em contato com a empresa área Continental através de uma dica de um leitor do blog. A empresa oferece transporte grátis para animais de estimação que ficaram perdidos depois do furacão Katrina. Que grande ação desta empresa!

Li que há 20 brasileiros desaparecidos na região onde ocorreu o furacão. Precisamos todos nos empenhar para ajudar estes brasileiros também. A ferramenta do blog prova mais uma vez que pode ser de grande utilidade em momentos difíceis. O blog é um meio de espalhar notícias boas, de procurar e encotrar pessoas perdidas, de buscar e ajudar outros. Vide o blog do Idelber Avelar.

Aqui uma foto do Oliver Oliver, "alguns dias antes do furacão, com seus lindos sapatinhos de andar na rua", conforme escreveu o Alex.


Oliver de Sapatinho
Alex Castro.

6.9.05

Oliver, Análise Qualitativa, furacão

Comecei bem a semana, digo que comecei a semana hoje porque ontem, 5 de setembro foi feriado aqui no Canada, dia do trabalho. Bom, na verdade trabalhei ontem pela manha. Depois do meio dia fui para casa e fui fazer algumas atividades como ler, navegar na internet, etc.

Ontem por volta das 23:40 recebi a notícia que o Oliver
finalmente foi encontrado em Nova Orleans por um jornalista chinês. Espero que ele encontre logo o seu dono, o Alex Castro. Esta história me tocou muito pois acompanho sempre o blog do Alex, o Liberal Libertário Libertino. O Alex ama literatura e através do seu blog ganhou uma bolsa de estudos na Universidade de Tulane, em Nova Orleans. Ele havia chegado a Nova Orleans a pouco menos de duas semanas e começava a adaptar-se à vida da cidade quando o Katrina chegou. O Alex teve que fugir às pressas e deixou o seu cachorrinho, o Oliver, e ninguém imaginava que a coisa seria tão grave.

Agora o Oliver foi encontrado! Imagino a dor do Alex ao saber as notícias do que se passava na cidade. Uma pessoa que sai do seu ambiente, do seu país para estudar em um país estrangeiro e depois se vê obrigado a abandonar seu cachorrinho (não havia lugar no ônibus de resgate), vê seus planos, sua vida mudar completamente por causa do furacão e ainda por cima corre o risco de não mais encontrar seu amigo é demais!

Desejo um bom reencontro entre o Oliver e Alex, penso que será realmente emocionante. Por conta do furacão Alex não tem mais bolsa de estudos e ele agora est;a em busca de uma nova universidade para fazer a sua pós-graduação. Li que algumas universidades americanas estão oferecendo bolsas de estudos para estudantes de Tulane. Desejo boa sorte ao Alex!

Análise Qualitativa

Hoje o segundo curso de Análise Qualitativa com o professor Pierre Paillé. Formidável, o professor é simplesmente apaixonado por sua matéria e nos empolga muito. Discuti com ele o papel do Positivismo para o desevolvimento da Ciência!

O grupo muito maduro e diverso, tem pessoas de várias formações, inclusive um psicólogo. Discussões muito ricas, certemente.

O furacão Katrina passou por aqui

O furacão Katrina passou aqui na região do Québec na madrugada de quinta-feira. Ele chegou com menor força de desstruição, mas ainda assim derrubou estradas na região de Côte Nord. Duas árvores tombaram no quintal de Claude na região de Laurentides.

1.9.05

Sessão de outono!

A sessão de outono finalmente começou na Universidade de Sherbrooke!
No dia 31 de agosto foi o dia oficial mas já tivemos aula na terça, dia 30.

Estou matriculada no curso de Analise Qualitativa com o professor Pierre Paillé, considerado uns dos pioneiros na pesquisa qualitativa na pesquisa em ciências humanas aqui no Québec.

Aqui o livro base do curos:



Gostei muito da primeira aula. O professor Pierre Paillé utilizou uma técnica que ele chamou "Exercício de construtivismo fenomenológico e socail". Explico para quem não é da área de educação:

- No construtivismo devemos partir do conhecimento do aluno e do seu mundo;

- A fenomenologia busca explicar a experiência do outro;

- Social porque nós desejamos evoluir: como grupo e também nosso ambiente de aprendizagem.

Em resumo: nós nos apresentamos a um colega e depois nos apresentamos para o grupo com a identidade do colega. Foi muito interessante porque tivemos que anotar o percuso social, educacional, profissional e pessoal do nosso colega e depois nos apresentarmos assumindo sua identidade.

Foi engraçado quando a dupla era formada de sexos diferentes. Benoît, por exemplo, teve que se apresentar como sendo Stéphany.

O grupo é maduro, muito descontrído e ao mesmo tempo sério. Todos trrabalham com educação e muitos estão no primeiro ano de Mestrado ou Doutorado. O grupo é formado por 15 pessoas.

Temos quatro não-quebequenses no grupo vindos dos países seguintess des pays suivants : Congo, Argentina, França Brasil. O meu colega francês chama-se Benoît. Ele contou-nos sobre a sua dificuldade em comunicar-se nos seus primeiros dias aqui. Ele chegou há semana. Agora imaginem, ele vem da França e sente dificuldades de compreender e se fazer compreender pelo quebequense! Imaginem o que não passei aqui os nos meus primeiros dias. Mas sobrevivi!

No Centro Cultural conheci um pouco mais da vida universitária e como acontecem coisas interessantes fora do mundo das salas de aulas e dos bureaus de estudantes. Algumas: Associação de Estudantes Marroquinos, a qual me associei pois tenho bons amigos deste país; Associação de Estudantes Egípcios, não, eu nã me associei porque não consegui comunicar-me direito com os dois estudantes que estavam no kiosque; Anistia Internacional, coloquei o meu nome lá para participar; Fundaçãao Força, fundação da Universidade que ajuda os estudantes em dificuldades financeiras, irei participar como consellheira; Clube de Jogos de Estratégia (RPG); uma empresa que ofecerece curso gratuito para estudantes sobre como organizar um orçamento, comprar uma casa, etc.; um grupo que faz improvisações no Bar Kudsac (bar do campus universitário); um partido politico que, segundo o jovem explicou-me, é o terceiro partido político do Québec; Sociedade de Debate do Québec, vou participar para desenvolver a capacidade de argumentação; outro grupo que chama-se Débathon; Campus Durável; Grupo de Teatro, oferece oficinas e cursos de introduçãao ao teatro, inscrevi-me para participara da oficina de teatro; uma associação de estudantes homossexuais; um Concurso de Artes sobre vários das artísticos « udeS en spectacle »; um Clube de Foto; Engenheiros sem fronteiras; Campus para Cristo; Grupo Bíblico Universitário.

Bom, há atividades para todos os gostos e atitudes e ainda há mais pois nem todos os tipos de associações ou grupos estavam lá representados.

Fiz minha inscriçãao nas seguintes atividades:

- Passaporte Cultural : paga-se uma carta por 20 dólares e têm-se direito a assistir todos os filmes e documentários;

- Simpathisante de l’Association des Étudiants Marocaines;

- Anistia Internacional;

- Débathon;

- Sociedade do Debate;

- Grupo de Teatro

Coisitas que ganhei no quiosque da Uniprix:



Aqui a agenda da Federação dos Estudantes da Universidade de Sherbrooke, nós pagamos uma taxa para esta associação e entre outras coisas, temos direito a uma agenda. Esta aqui é do ano letivo 2004/2005:


31.8.05

Sobre o furacão Katrine

Alguns amigos me escrevem preocupados, inclusive a Wal e o Paulo, porque escutaram no noticiário no Brasil que o furacão Katrina vai chegar aqui na região do Québec.

É verdade, mas quando chegar aqui no Québec os ventos serão de 15 km/h.

Fiquem tranquilos.

Aqui podemos ver fotos da passagem do Katrina e também como será sua trajetória no Canadá. As imagens são do Satélite NOAA, feitas às 5 horas da manhã do dia 29 août 2005.

Previsõoes meteorológicas para Sherbrooke nesta semana.

30.8.05

Ma nouvelle image




Vocês conseguem ver alguma diferença na minha nova imagem? Quem acertar ganha uma caixa de chocolates :)

Katrina

O furacão Katrina já provocou muitos estragos. Muito triste. Muitas pessoas tiveram de deixar suas casas e algumas saíram tão apressadas que abandonaram animais de estimação, como o Alex Castro que teve que abandonar seu cachorro Oliver.

Informação retirada do blog Por um Punha de Pixels, do Nemo Nox.

28.8.05

Primavera e Verão

A natureza renasce na primavera como parte do milagre da vida. As árvores mortas em sem vida buscam na terra a seiva vital e reflorescem.
A nossa Érable no início da primavera:


No verão a natureza cumpre o seu destino de beleza, as árvores florescem em todo o seu explendor.
Nossa érable agora no verão:


26.8.05

Visitantes e comentários

Ora vejam, eu deixei de publicar aqui o mapa dos visitantes do blog.

Dica maravilhosa do : Gean , o : Gvisit informa de onde provém os visitantes do nosso site. Inscrevi todos os meus blogs. Queria publicar o mapa quando aparecesse visitantes da minha cidade. Descobri que é raro alguém de lá visitar este blog.A Internet é caríssima por lá e grande parte dos amigos e parentes usam somente para fazer coisas muito específicas. Nem todo mundo gosta de navegar na Internet como eu gosto! Mas este meu interesse pela internet rendeu-me bons amigos, eis alguns: o : Nemo Nox, o : Alexandre , o Mário, a Adriana, o Alain e muitos outros, e são eles, em grande parte, os leitores deste blog.

Publico agora meu mapa de visitantes. Constato também que alguns comentários oferecem links que não me atrevo a entrar. , NÃO CLIQUEM NOS LINKS, apontados nos comentários abaixo, não sei se são seguros. Eu comecei a receber milhares de spams no GMail após clicar num link de um comentário lá noPrise de Notes.

Acabei de descobrir que o Blogspot simplesmente retirou a possibilidade de publicar fotos diretamente do seu serviço! Ora, essa, deviam ao menos avisar.

Por enquanto segue o link.

Vejam aqui o: mapa dos visitantes do blog .

25.8.05

Volta às aulas

Hoje começou o ano letivo do Québec. É estranho para a maioria de nós brasileiros ver o ano letivo começar em pleno mês de agosto (geralmente o início dá-se no final de agosto ou começo de setembro).

As ruas estavam coloridas com os ônibus amarelinhos. As crianças dirigiam-se à escola acompanhada de pai ou mãe, certamente havia alguma atividade de recepção com a presença dos pais.

A universidade também inicia a sessão de outono oficialmente no dia 29, mas podemos ver pelas ruas e pelos corredores muitos estudantes vestidos de fantasias das mais estranhas possíveis. É a cerimônia de iniciação, ou o trote de calouros, como conhecemos.

Hoje os calouros estavam fazendo pedágio vestidos de tartarugas. Estavam muito lindos, engraçados mesmo.

No pedágio vendiam coisas imagináveis como uns franquinhos de Tertle sire, uma cera para automóveis mas em quantidades inexpressivas, nuns frasquinhos bem pequenos. Uma referência ao papel que desempenhavam, sem dúvida.

24.8.05

Brasil

Meu amigo Alain enviou-me dois artigos interessantes do jornal Le Devoir que anlisam a situação do Brasil.

Artigos em francês.

O primeiro: Scandales financiers au Brésil - Lula: tout compte .


O segundo: Brésil une fin prématurée? .

Este artido est;a disponível somente para assinantes, aqui uma cópia enviada pelo Alain:

22.8.05

Um blog legal

Ontem e Hoje

Ou o blog do Soié, como seu Ismael Cirilo gosta de ser chamado. Histórias deliciosas de um verdadeiro contador de histórias. Visitem!

18.8.05

Brasil, Brasil!

É, o Brasil continua daquele jeito. CPIs, Mensalão e agora uma discussão sobre um aumento do salário mínimo que não aumentou.

Um pouco de humor do Tutty Vasques,:

"Era só o que faltava
Lula ganhou uma, enfim: derrubou o aumento do salário mínimo na Câmara dos Deputados Essas coisas a oposição não vê. Ô, raça!"

17.8.05

Vírus Nill Ocidental

A febre e as dores no corpo que senti não se configuraram como gripe. Fiquei muito temerosa que tivesse pego o tal do Vírus Nill Ocidental, ou VNO. Eram dores horríveis no corpo, dores musculares. Acendia a luz durante toda a noite para verificar se meu corpo tinha placas vermelhas, que podem surgir com o vírus.

Não, não estou no Brasil mas me sentia como tal. Sentia como se tivesse com Dengue. Tive dengue em 2000 e foi horrrível, foram quinze dias de dor e febre. Não gosto nem de recordar. Lembro que me apresentei ao Sistema Público de Saúde, na Diretoria Regional de Saúde da minha cidade para que eles comprovassem que eu estava com dengue. Era o procedimento obrigatório daquela época. Lembro também que o funcion;ario não coletou meu sangue para exame porque já estava mais que comprovado que se tratava de uma epidemia de dengue na cidade e eu morava num bairro onde já se havia notificado inúmeros casos. Acabei não fazendo exame, custava muito caro fazê-lo com um laboratório particular. Aconteceu a mesma coisa quando tive rebéula, os médicos diziam que era uma virose e o serviço público não pagava o exame.

Não sei como funciona aqui no Canadá no caso do VNO, acabei não me apresentando a um serviço de saúde porque viajei para a região de Lanaudière durante a semana que senti a febre. Não viajei pouco preocupada, apesar do chá de ervas ter feito um efeito milagroso e a febre ter sido combatida.


Os meus sintomas foram bem parecidos ao VNO.

O vírus Nil ocidental é transmitido pela picada de um mosquito infectado. O mosquito propaga a infecção quando ele se alimenta do sangue infectado de pássaros.

Ao contrário da Dengue, o VNO se propaga através de outros agentes inferctores: os pássaros.

É raro que um mosquito vá se infectar através do sangue humano. Acho que nenhum caso foi constatado como tal.


Os sintomas:

São parecidos com os sintomas de uma gripe: febre, dor de cabeça e dores no corpo. Uma erupção cutânea simples ou o inchaço das glândulas linfáticas podem ocorrer.

É muito mais grave em:

Pessoas com deficiência imunitária, o risco de ter sintomas e problemas de saúde como a meningite, encenfalite, e a paralisia ("La paralysie flasque aiguë", não consegui traduzir esta expressão) é grande. A meningite é uma inflamação da membrana do cérebro ou da la moelle épinière (pode? eu sei o que significa mas não consigo traduzir agora,UPDATE: medula espeinhal, lembrei agora). a encefalite é uma inflamação do cérebro. A "paralysie flasque aiguë" é uma síndrome que se parece com a polio e que pode resultar em uma perda da função de vários membros. Estas doenças podem ser fatais.

Apesar de não haver qualquer notícia sobre pessoas infectadas, penso que o sistema de saúde do Canadá está preparado para a possibilidade dessa ocorrência. A propaganda nos meios de comunicação, folheto que encontaramos nas farmácia e locais públicos, orientação nas escolas e CLSC, o Centro Local de Serviços Comunitários, que foram criados nos anos 1960, anos da chamada Revolução Tranquila (falarei sobre este tema oportunamente).

Como se proteger

Segundo a Agência de Saúde Publica do Canadá:

apesar do risco de se infectar com o VNO seja mínimo – e a porcentagem de pessoas infectadas que venham a ser gravemente infectadas seja ainda menor – qualquer um que se exponha às picadas de mosquitos em locais onde os vírus é ativo correm risco. Contudo, os riscos e efeitos graves sobre a súde aumentam geralmente com a idade avançada. No ano passado, o vírus Nill foi identificado em cinco províncias (Québec, Ontario, Manitoba, Saskatchewan e Alberta) e tudo indica que o vírus está no Canadá e pode permanecer. Por isso é muito importa reduzir os riscos de infecção para você e toda sua fam;ilia evitando picada de mosquitos.

Evitar as picadas de mosquitos:

1. Proteja-se(e proteja sua família) das picadas de mosquitos

Utilize un repelente (insectifuge) que contenha DEET ou um otro produto homologado, quando sair ao exterior da casa.

Utilize roupas protetoras : camisas de mangas longas, calças, chapeu.Prefira cores claras, visto que elas atiçam menos os mosquitos.

Assegure-se que as telas contra mosquitos das portas e janelas estão bem fixadas e que elas não contém furos.

2. Elimine as larvas ao redor de sua casa

Retirar duas vezes por semana a água que se acumula sobre ao exterior da casa, como coberturas de piscina, nos pires de vasos de plantas, os recipientes de reciclagem, as latas de lixo, etc.

Eliminar objetos inúteis que se acumulam sobre a sua propriedade (principalmente pneus velhos), onde a água se acumula.

Trocar a água das piscinas, da banheira de pássaros, da vasilha do seu animal de estimação bol de votre animal domestique et de l'abreuvoir de bétail deux fois par semaine.

Cobrir os reservatórios de águas de chuva.

Lavar regularmente os escorredores de água de chuva para evitar que a água se acumule.

Instalar um aparelho para renovar o ar dentro de sua banheira decorativa para permitir a circulação da água na superfície e torná-la pouco atraente para as larvas de mosquitos.

De onde vem o VNO ?

O vírus foi inicialmente isolado no distro de Uganda de Nil ocidental, em 1937.l occidental, en 1937. Depois o vírus foi encontrado no Egito, Israel e África do Sul e em algumas partes da Europa, Ásia e América do Norte. Na América do Norte, a primeira aparição do vírus foi detectada em 1999 na cidade de Nova Iorque 1999.

ATUALIZAÇÃO: Não tenho confirmação se peguei o tal vírus, a febre passou e não voltou mais. Acho pouco provável que tenha pego o tal do vírus VNO, não há a ocorrência de qualquer caso em Sherbroke e região.

15.8.05

Na farmácia

Esqueci de contar que precisei comprar remédios para cólicas menstruais. É verdade, sofro muito com estas dores. As vezes nem sinto cólica mas sinto enxaqueca, dores nas pernas, sinto-me muito estranha! Usei durante muito tempo um medicamento que foi indicado por meu ginecologista. Acho que usei este medicamento por mais de cinco anos e finalmente Dr. Dilson alertou-me que não poderia usar um medicamento por tanto tempo.

Usei um medicamento homeopático receitado por uma colega(!). Jamais sigam o meu expemplo pode ser perigoso. No entanto, o remédio funcionou bem e até emagreci conforme minha amiga Isabel tinha me relatado que havia se passado com ela. Era uma beberagem de gosto horrível que passava a cólica mas também eliminava o meu apetite. Acho que usei este medicamento por uns quatro meses, quando finalmente terminou, o meu médico disse que poderia usar Buscopan.

Aqui no Canadá para comprar certos tipos de medicamentos necessitamos de receita médica. Marquei uma consulta com Dr. Robert somente para ele me dá a tal receita. Ele achou muito curioso que eu usasse Buscopan para cólicas menstruis e resolveu consultar o seu manual. Eu levei uma bula para ele ler, traduzi para o francês, mas a grande parte dos termos lhe são conhecidos. Dr. Robert queria fazer uma cópia da bula em português e eu lhe ofereci a bula já qua não teria outra utilidade para mim. Eu trouxe do Brasil três caixas de Buscopan e só após dez meses no Candaá é que precisei comprar novamente.

Na farmácia levei mais de trinta minutos para finalmente adquirir minhas caixas de Buscopan (Dr. Robert me deu a receita com o direito de comprar três caixas). Acho que entrei na farmácia num dia dos aposentados comprarem seus remédios. Havia muitos velhinhos na farmácia neste dia!

Para comprar um remédio com receita aqui no Canadá voc^vai passar pelas seguintes etapas:

1. Entregar a receita a uma funcionária da farmácia no balcão de entragas;

2. Aguardar chamarem seu nome para uma entrevista individual com a farmaceutica ou farmaceutico;

3. Passar pela entrevista com com a farmaceutica ou farmaceutico;

4. Pagar os remédios no caixa.

Na entrevista com a farmaceutica ou farmaceutico vai lhe indagar qual a razão que o médico passou o medicamento, vai fazer perguntas sobre alergia e coisas do tipo. Ainda vai lhe dar uma lista de recommendações sobre a utilização do medicamento.

A lista contém seis itens. a seguir traduzo a lista que a simpática farmeceutica me explicou sobre o Buscopan:

Por que:

- Para reduzir espamos do aparelho digestivo. (esta é a recomendação principal do Buscopan)

Como:

- Tomar ao menos 30 minutos ante das refições e antes de dormir.

- Se você utiliza o supositório retal, retirar de sua embalagem. Molhar com um pouco d'água e inserir delicadamente dentro do reto (no caso de se utilizar o medicamento em forma de supositório).

Instruções:

- Evitar atividades perigosas, como dirigir ou utilizar máquinas que perigosas, até se certificar que o medicamento não afeta sua capacidade de atenção.

- É importante usar o medicamento conforme indicado pelo seu médico.

- Não aumentar a dose e não utilizar o medicamento por mais tempo que o prescrito pelo seu médico.

- Evitar consumir bebidas alcóolicas pois o seu consumo pode aumentar a sua sonolência.

- Se você sentir a boca seca, chupar bombons duros ou gelo ou mascar chicletes.

- Este medicamento pode causar ressecamento dos olhos e provocar desconforto nos olhos para quem utiliza lentes de contato.

- Se você precisa tomar antiácidos ou outro medicamento para o estômago, tomar ao menos duas horas mais tarde.


Em caso de esquecimento:

- Se você esquecer um horário, tome o medicamento logo que notar o esquecimento. Se isto acontecer no horário de tomar a dose seguinte, não se preocupe e JAMAIS DOBRE A DOSE.

Efeitos secundários possíveis:

- Grande parte das pessoas não sentem POUCO ou NENHUM efeito indesejável, mas os efeitos seguintes já foram observados: boca seca, tonturas, sonolência. Se estes efeitos secundários se agravarem ou persistirem ou se voc^sentir outros efeitos indesejáveis, avise a sua farmaceutica ou seu farmaceutico.

Cuidados:

- Avise ao seu médico ou farmaceuitco antes se você está grávida ou planeja uma gravidez.

- Não amamentar durante a utilização deste medicamento.

- Este medicamento poderá interferir no efeito de outros produtos. Consulte-nos!

No fim do documento tem o endereço, telefone e correio eletrônico dos farmaceuticos responsáveis.

Tudo muito bem explicado, não é verdade?