Falei para vocês que dia 11 de outubro era feriado aqui no Canadá: Dia de Ação de Graças. Eu sinceramente pensei que fosse haver um jantar ou refeição especial, com direito a orações de agradecimento.
Na verdade eu havia me esquecido que, apesar de estar na América do Norte, e os costumes serem muito semelhantes entre Estados Unidos e Canadá¡, há¡ uma diferença básica na cultura destes dois paises: os Estados Unidos é um país onde a religião é tratada como tema essencial na vida das pessoas, aqui, principalmente no Québec, religião é assunto desinteressante em qualquer conversa.
Marc já havia me falado sobre isso. Quando assisti o filme "Invasões Bárbaras", lembro que uma das cenas que mais me tocaram foi justamente a cena do padre que queria leiloar as imagens da igreja.
Contudo, apesar de não ser um dia para orações, o Dia de Ação de Graças foi muito divertido. Eu, particulamente faço minhas orações todos os dias, e este não foi um dia diferente neste sentido.
Viajamos, eu, Anderson, Nancy e Yanick no sábado a noite depois do souper (jantar), por volta das 19 horas. Eu fiquei um pouco sentida porque M. Mauricie havia me convidado para jantar em sua casa. De qualquer forma ele me apresentou sua filha Marie-Andrée e também sua namorada, uma simpática senhora que reside na cidade de Trois-Rivière.
A viagem foi tranquila e tentamos conversar apenas em francês. Em outro carro, ia um casal de amigos: Pascal e sua namorada. Chegamos ao chalé finalmente! O pai de Yanick, M. Paul, nos aguardava.
Conversamos e jogamos baralho. Um jogo que segundo o Anderson é conhecido no Brasil como "8 maluco". Foi muito divertido. Por volta das 23h nos recolhemos para dormir.
Detalhe importante: ninguém tomou banho neste dia. Banho é um capítulo a parte. O caso é que as pessoas aqui raramente tomam banho. Elas se lavam na banheira ou usam uma pequena toalha para asseio. Que estranho! Na verdade a estranha sou eu que tomo dois banhos por dia. No meu caso, uso a ducha mesmo, só faço uso da banheira depois que uso a ducha.
Domingo foi especial. Passeamos com Yanick. Ele é biólogo e faz Mestrado em Farmácia. Ele simplesmente ama a natureza e os animais. Atravessamos uma cerca elétrica para ficar perto das vacas! Eu morrendo de medo. Mas já percebi que tudo e todos aqui são muito educados, até os bichos. Quem acredita que no Brasil eu ficaria perto de uma vaca para tirar fotos?
Pisei em cocô de vaca. Havia trechos em nossa caminhada que parecia um charco. Tudo bem.
Almoçamos sandwiche de presunto com direito a maionese, ketchup e picles.
Para o jantar fizemos a tão desejada feijoada. Foi um sucesso! Não sobrou nenhum grão de feijão para contar história. Caipirinha, música brasileira e discurso de Anderson, a meu pedido, com explicação da origem da feijoada. Excelente!
Depois, luau a beira da fogueira. Risos, hist{orias, salgadinho (parecido com o salgadinho da Biscoito Itália aí em Feira de Santana), mashemelow aquecido na fogueira e fotos, muitas fotos.
Na segunda amanheceu muito frio. Ficamos em casa conversando e depois passeamos de carro.
Almoço muito sandwiche. Jantar, cachorro quente à brasileira com muita salada, ervilha e milho verde. Suco, ah, o suco parece os nossos Ksucos de pacotinho. Gosto de infância.
beijos
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